Relação

“Samba e religião se encontram na periferia do Rio”, diz pesquisador

No programa, Leonardo Cruz e Guilherme Niegro falam da relação entre evangelismo, religiões de matriz africana e o samba

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Pesquisadores falam sobre a relação do evangelismo e das religiões de matriz africana com as escolas de samba - Breno Rodrigues/Papo na Laje

Religião e samba se encontram na periferia do Rio de Janeiro. É o que afirma o pesquisador sobre evangélicos nas escolas de samba Leonardo Cruz no programa Papo da Laje que vai ao ar nesta quinta-feira (10). Os convidados falam da relação atual e histórica do evangelismo e de religiões de matriz africana com as escolas de samba.

Assista ao episódio desta semana:

“As escolas de samba de uma maneira geral estão na periferia e acredito que esse seja o ponto de encontro. É comum que você veja, por exemplo, uma baiana que no sábado está na escola de samba e no domingo tem participação na igreja evangélica. Tem atravessamentos do samba também com o catolicismo, com a Beija-Flor de Joãosinho Trinta e a alegoria Cristo Mendigo”, explica o cientista social de Santa Cruz, zona Oeste. 

Outro convidado do programa é Guilherme Niegro, pedagogo e especialista em relações étnico-raciais. Muito antes de se tornar pesquisador do tema, as escolas de samba da periferia já faziam parte das suas memórias de infância em Campo Grande, na zona oeste, e em Nilópolis, na Baixada Fluminense. 

Leia mais: No Rio, juventude transforma cotidiano em letra de samba: “Minha arma é minha canção”

“A gente queria pautar a questão do samba na extrema oeste do Rio. As pessoas acham que a zona oeste acaba em Bangu, mas tem a Sereno de Campo Grande, Unidos de Cosmos. Passamos a querer registrar a memória desses espaços”, disse Guilherme que é pesquisador do Quilombo do Samba, coletivo independente que estuda o protagonismo negro no samba.

“A escola de samba nasce dos terreiros, mas a formação do quilombo não teve só uma estrutura. Tinha várias coisas que aconteciam naquele espaço, a capoeira, a umbanda, o samba de terreiro. Isso ao longo dos anos se transformou na escola de samba. Chegavam pessoas de fora da religião e isso sempre foi bem aceito”, acrescenta em entrevista a apresentadora Juliana França.

O Papo na Laje é um programa sobre experiências de protagonismo da juventude das favelas e periferias do Rio de Janeiro. Episódios inéditos vão ao ar toda quinta-feira, às 18h, no YouTube e na TV Comunitária do Rio de Janeiro, com transmissão no canal 6 da NET.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse