O Palmeiras entra em campo neste sábado (12), no Emirados Árabes Unidos, no jogo que pode ser o mais importante de sua história. Para conquistar o Mundial de Clubes, o time paulista precisa vencer o poderoso Chelsea, da Inglaterra, atual vencedor da Champions League, a principal competição europeia.
A busca dos palmeirenses pelo título contra o time inglês é o ápice de uma fase vitoriosa que começou em 2015, com a conquista da Copa do Brasil – depois, ainda vieram títulos do Campeonato Brasileiro (2016 e 2018), da Libertadores (2020 e 2021) e uma outra Copa do Brasil (2020).
O início da retomada das conquistas do clube alviverde coincide com a atuação de diversos grupos, coletivos e movimentos que se organizaram entre torcedores do Palmeiras para atuar polticamente. Entre os mais conhecidos, estão o Ocupa Palestra, o PorcoÍris, o Porcomunas, o Palestra Sinistro e o USParmera.
A elitização do estádio com a construção do Allianz Parque (inaugurado no final de 2014) foi um dos fatores que aglutinou os grupos. Em novembro, às vésperas da final da Libertadores, o Brasil de Fato conversou com Wanderley Laurino, que atua na coordenação do Ocupa Palestra e integra outros grupos. "'Ingresso caro, não!' é uma das nossas bandeiras", ele fiz.
O "cerco" ao Allianz Parque em dias de jogos – acordo entre a diretoria e a Polícia Militar que impede a entrada de torcedores sem ingresso nas ruas próximas ao estádio – também é uma das preocupações dos grupos. Outros pontos centrais são a luta por mais diversidade, tema central de luta da Porcoíris, e pelo antirracismo no clube e em suas torcidas organizadas.
Na véspera da semifinal, o Brasil de Fato publicou reportagem sobre uma iniciativa desses coletivos na organização de um debate sobre a questão racial, na sede da Torcida Uniformizada do Palmeiras (TUP).
:: "Vai virar Palmares": a luta de torcedores por um Palmeiras antirracista — e campeão mundial ::
A "primavera palmeirense", com a eclosão de diversas movimentações, também combate uma associação do time com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Em dezembro de 2018, o então mandatário eleito ergueu a taça do Brasileirão, de dentro do campo, com os jogadores do Palmeiras. O episódio causou ruídos no clube e em setores da torcida. Desde então, diretoria e torcida evitam ao máximo qualquer sinalização ao chefe do Executivo.
Apesar de se declarar palmeirense, Bolsonaro faz gestos a dezenas de outros clubes. Até dezembro do ano passado, ele havia feito aparições públicas com camisas de 81 clubes diferentes, segundo levantamento feito por Victor de Leonardo Figols, doutorando em História na Universidade Federal do Paraná e editor do Ludopédio. Na final da Libertadores contra o Flamengo, disse que torceria para o clube carioca.
A história dos coletivos
"O Porcomunas é o mais antigo. Surgiu a partir de uma brincadeira entre amigos e, com o advento do impeachment da Dilma [Rousseff (PT), ex-presidente da República], a gente achou que era necessário a gente atuar mais próximo da coletividade palmeirense e do país, de maneira geral", explica Laurino.
+3 pontos na conta.
— Porcomunas (@porcomunas) February 2, 2022
JUSTIÇA POR MOÏSE!!! #JusticaPorMoise pic.twitter.com/ZtecIiB8ft
"Logo depois, ainda em 2016, fecharam a Rua Turiassú [em frente ao estádio, ocupada por torcedores com ou sem ingresso antes e durante as partidas do Palmeiras] e aí veio o Ocupa. A pauta principal era a desobstrução da rua, porque hoje é proibido entrar na rua em dias de jogos quem não tem ingresso do portão. O direito de ir e vir é totalmente ignorado."
DOIS ANOS DE OCUPA PALESTRA - APENAS COM A EFETIVA PARTICIPAÇÃO DO TORCEDOR NA POLÍTICA DO CLUBE ATINGIREMOS NOSSOS OBJETIVOS. pic.twitter.com/Gd47fcxDVY
— Ocupa Palestra (@ocupa_palestra) November 26, 2019
"O grupo Palestra Sinistro é mais recente e surgiu no contexto das manifestações contra Bolsonaro: "Em maio do ano passado, lançamos um manifesto anunciando o comparecimento às ruas em um ato dos coletivos de futebol na Avenida Paulista, no dia 14 de junho".
O Movimento Palestra Sinistro convoca todos os Palmeirenses progressistas para estarmos neste domingo, dia 14.06.2020, na praça do Ciclista, situada na avenida Paulista entre as ruas Bela Cintra e Consolação, às 12h e dali irmos, juntos, em caminhada, até o MASP. pic.twitter.com/zLyCedS6aF
— Palestra Sinistro (@P_Sinistro) June 11, 2020
PorcoÍris
A PorcoÍris é um grupo que se define como um "coletivo LGBTQIA+ palmeirense". A iniciativa reúne torcedores e torcedoras "contra toda forma de opressão, em busca de um Palmeiras de todos". Recentemente, o grupo reuniu todas as suas entrevistas em uma thread no Twitter.
🐷 SOBRE NÓS
— PorcoÍris ⓟ 🏳️🌈 (@oporcoiris) November 14, 2020
No fio abaixo vamos reunir postagens com matérias e entrevistas na mídia sobre o PorcoÍris, respostas de dúvidas etc.
Aproveite para conhecer o PorcoÍris! #FutebolÉParaTodos🏳️🌈
USParmera
O USParmera é um coletivo de torcedores do Palmeiras formado por alunos, ex-alunos, funcionários e professores da Universidade de São Paulo (USP). Em uma de suas iniciativas, reuniu em uma thread no Twitter uma série de artigos científicos sobre o clube e sua torcida.
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— USParmera (@USParmera) January 14, 2021
Já pensou em falar do Palmeiras no seu TCC? Quer ocupar o tempo até o dia 30? Gosta de ler bastante?
Separamos neste fio alguns artigos científicos, livros e publicações acadêmicas que discutam sobre o nosso tão amado Palmeiras. 💚🐷
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Edição: Rodrigo Durão Coelho