Familiares, amigos e movimentos sociais realizaram, nesta terça-feira (15), um protesto no local em que o vendedor de balas Hiago Macedo de Oliveira Bastos, de 22 anos, foi morto a tiros por um policial militar de folga em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. O crime ocorreu em plena luz do dia, em frente ao terminal das barcas na Praça Arariboia na última segunda (14).
Leia mais: Vendedor de balas morto por PM de folga em Niterói juntava dinheiro para festa da filha
O sargento Carlos Arnaud Baldez Silva Júnior foi preso e deve responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar, qualificado por motivo fútil. Segundo testemunhas, o PM teria se incomodado com a abordagem do trabalhador vendendo os doces. Já a Polícia Militar informou, em nota, que o policial à paisana teria reagido a uma tentativa de assalto.
A manifestação desta terça-feira (15) reuniu centenas de pessoas em frente à bilheteria onde aconteceu o crime. Além de Justiça para Hiago, os cartazes denunciavam o genocídio da juventude negra e a violência policial.
:: Câmara discute extermínio da juventude negra no Rio de Janeiro ::
"O preço da bala do Hiago era o mesmo que o meu. Um é três, dois é cinco. Foi apenas uma bala de tiro que matou meu compadre. Eu passo o dia inteiro para vender uma caixa e meu amigo foi morto com uma bala. Meu amigo foi morto com uma bala financiada pelo governo do estado", disse o vendedor ambulante Matheus, que foi agredido por agentes de segurança na segunda-feira (14) em uma manifestação logo após o crime.
Trabalhador
O enteado do ambulante, um adolescente de 14 anos, presenciou o assassinato e prestou depoimento à Polícia Civil. O portal Uol noticiou que teve acesso ao conteúdo e que Hiago tentou avisar ao PM que estava trabalhando quando viu a arma de fogo."Calma! Você vai me atirar. Eu tô trabalhando", teria dito antes de ser baleado.
Leia também: STJ vota por indenização para familiares de Amarildo, mas ministra pede mais tempo para análise
Hiago Macedo foi sepultado nesta tarde no Cemitério Maruí, no bairro Barreto, em Niterói. Ele deixa uma filha de dois anos e a companheira Thais Conceição de Oliveira Santos. A 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) segue acompanhando o caso.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Clívia Mesquita