O Brasil registrou, nesta quinta-feira (17), mais 1.128 mortes por covid-19, com leve alta em relação ao dia anterior. Desde o início de fevereiro, são cinco dias com mais de mil mortos pela doença, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Assim, a média móvel voltou a subir, para 841 óbitos diários na última semana, o que equivale a patamares registrados em meados de agosto do ano passado.
Nas últimas 24 horas, o país também somou mais 131.049 casos da infecção. Nesse critério, no entanto, a média móvel vem caindo, com 116.905 diagnósticos diários na última semana. É a menor taxa em quase um mês, após a recente explosão na transmissão da doença causada pela variante ômicron. Ao todo, o país soma 641.902 mortos por covid-19 oficialmente registrados, com mais de 27,9 milhões de casos.
Antivacinas, só atraso
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertam que a disseminação de notícias falsas sobre a covid-19 tem provocado atrasos na vacinação infantil no Brasil. Eles alertam para um “contexto preocupante”, em função do retorno das aulas presenciais. Nesse sentido, é “urgente” acelerar aplicação da primeira dose para crianças de cinco a 11 anos, para que a volta às atividades escolares ocorra com mais segurança.
O pesquisadores destacam que o movimento antivacina ganhou contornos específicos no Brasil. “Trata-se aqui de um receio seletivo para a vacina contra a covid-19″, dizem os pesquisadores. Isso porque a resistência à vacinação foi menor entre os adultos.
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A nota técnica da Fiocruz também destaca as desigualdades regionais na vacinação infantil. Na média, 21% das crianças elegíveis receberam a primeira dose. Das 27 unidades da federação, 20 estão atrás da média nacional. O pior desempenho está no Amapá, com apenas 5,3% das crianças de cinco a 11 anos vacinadas. Entre as capitais, 11 também estão abaixo da média.
Grávidas vacinadas, bebês protegidos
O Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos revelou nesta semana que bebês de mães que foram imunizadas durante a gravidez com as vacinas da Pfizer ou da Moderna nascem com bons níveis de proteção contra a covid-19. O estudo aponta que as vacinas de RNA mensageiros previnem até 61% de casos de hospitalizações de bebês nos primeiros seis meses.
Os dados mostram que gestantes que receberam as duas doses após a 20ª semana da gravidez proporcionaram 80% de proteção ao bebê contra a doença. No entanto, esse nível de proteção cai para 32% para as gestantes que receberam as vacinas no início da gravidez. De acordo com os pesquisadores, os anticorpos da mãe são transferidos ao bebê pela placenta e cordão umbilical.
Por outro lado, a ginecologista Dana Meaney-Delman, autora do estudo, destacou em entrevista coletiva que 88% dos bebês internados na UTI com covid-19 nasceram de mães que não se vacinaram, nem antes nem durante a gravidez.
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Proteção à gestante
O biólogo e divulgador científico Atila Iamarino ressaltou que a função da vacina é proteger a grávida. “Ótimo que também sobra proteção até pro bebê”, tuitou. Nesse sentido, o momento da vacinação tem que ser conveniente a ela. Ainda assim, esses resultados servem como mais um estímulo.
Sobre as demais vacinas, ainda não existem estudos relacionando a imunização das gestantes e a possível proteção aos recém-nascidos. Além disso, a vacina da Moderna não circula no Brasil. Assim, os dados do CDC não devem servir para escolher uma vacina em detrimento de outra. Todas são seguras e eficazes, aprovadas por órgãos reguladores do Brasil e de diversos países desenvolvidos.