O Brasil registrou, nesta sexta-feira (18), mais 1.127 mortes por covid-19. Um dia antes, as autoridades estaduais computaram um óbito a mais, totalizando 1.128. É o sexto dia no mês com mais de mil mortos pela doença, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Assim, a média móvel semanal ficou praticamente estável, com 840 óbitos diários, mantendo patamares registrados em meados de agosto do ano passado.
Nas últimas 24 horas, o país também somou mais 121.027 casos da infecção. Por outro lado, nesse critério, a média móvel continua caindo, com 110.479 diagnósticos diários na última semana, menor índice desde 19 de janeiro. Ao todo, o país soma 643.029 mortos por covid-19 oficialmente registrados, com mais de 28 milhões de casos.
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BA.2 mais agressiva, revela estudo japonês
Pesquisadores de universidades japonesas de Tóquio, Kumamoto, Hokkaido e Kyoto demonstraram que a subvariante BA.2 da ômicron é mais agressiva que a cepa original. No estudo, ainda não revisado, eles infectaram hamsters com a BA.1 (a cepa “original” da ômicron) e a BA.2. Assim, descobriram que os animais do segundo grupo apresentaram cargas virais nos pulmões “significativamente maiores” do que os infectados com BA.1.
Quando surgiu a ômicron na sua versão “original”, os cientistas identificaram que ela era mais transmissível, pois infectava principalmente as vias aéreas superiores. Assim, não atingia os pulmões da mesma forma que as cepas anteriores. Esse novo estudo, no entanto, sugere que o comportamento da BA.2 é mais parecido com a variante delta, por exemplo.
Os pesquisadores também testaram a resistência da BA.2 à imunidade gerada por vacinas e anticorpos. Assim como a “cepa original” da ômicron, a sub-linhagem também apresentou escape vacinal para duas doses de vacina. Contudo, a dose de reforço reduz em 74% as chances de agravamento da doença.
Por outro lado, a BA.2 foi “quase completamente resistente” a três tipos de anticorpos monoclonais terapêuticos. Além disso, os pesquisadores também concluíram que a subvariante é resistente à imunidade induzida pela ômicron original.
Apesar desse “escape vacinal parcial”, a neurocientista e coordenadora da Rede Análise Covid-19 Mellanie Fontes-Dutra destaca que as “seguem protegendo” contra a BA.2. Além disso, a ampliação da cobertura vacinal reduz a possibilidade de aparecimento de novas variantes. Já a escape dos anticorpos monoclonais é mais significativo, segundo ela”. “As farmacêuticas precisam se atentar a isso durante os estudos com essa terapia voltados para a ômicron, em especial a BA.2”, tuitou.