MERCADO ABERTO

Credit Suisse aponta vitória de Lula e traça cenários de possível mandato; saiba quais

Segundo a instituição financeira, eventual governo do ainda pré-candidato pelo PT “será pragmático”

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“Na verdade, Lula é um político experiente e sabe que precisará manter sua popularidade alta", diz relatório - Ricardo Stuckert

Relatório do banco Credit Suisse divulgado na quinta-feira (17) aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como vencedor das eleições presidenciais de 2022. “O ex-presidente Lula deverá implementar mudanças no mercado de trabalho que aumentem a proteção social dos trabalhadores e que favoreçam os acordos coletivos”, diz o documento, assinado pelos economistas Solange Srour e Lucas Vilela.

“Além disso, ele deve suspender a agenda de privatizações e concessões ao setor privado e aumentar a participação das estatais no mercado”, acrescenta o texto.

Os economistas destacam no relatório a perspectiva de qual será o estilo do mandato do petista. “O consenso agora é de que, se o Lula for eleito, ele será pragmático, com a aprovação de reformas e com algum avanço no processo de consolidação fiscal como em 2003.” Segundo eles, “é provável que Lula tranquilize os investidores sobre a capacidade do Brasil de estabilizar a dívida no médio e longo prazo”.

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Porém, a análise não considera que haverá uma nova “Carta ao Povo Brasileiro” como em 2002. Na época, então candidato, Lula divulgou um documento em que se comprometeu a controlar as contas públicas e a inflação. “Mas o fato de o ex-presidente estar fazendo acenos aos partidos de centro-direita e direita nos traz a confiança de que ele adotará uma postura pragmática”, dizem os economistas.

“Credibilidade e ação”

“Na verdade, Lula é um político experiente e sabe que, para poder governar o país nos próximos anos, ele precisará manter sua popularidade alta. Dadas as atuais condições econômicas  – crescimento fraco, inflação alta e juros altos, além do aumento da desigualdade de renda e alto endividamento – ele precisaria começar sua administração com alta credibilidade e ação”, analisa o Credit Suisse.

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A análise divulgada ontem reforça as sólidas indicações de que o mercado financeiro já conta com a eleição do ex-presidente e não a vê mais como um problema. Ou, pelo menos, a aceita. No dia 1° de fevereiro, em concorrido evento online do mesmo Credit Suisse, dois dos mais prestigiados gestores de fundos de hedge do Brasil falaram sobre o ainda pré-candidato pelo PT.

“É o favorito, praticamente já ganhou”, disse Luis Stuhlberger, CEO e diretor de investimentos da Verde Asset Management AS, por exemplo. Rogério Xavier, da gestora de fundos de hedge SPX Capital, fez outra constatação: “pessoas no exterior gostam de Lula e não gostam de Bolsonaro. É um fato”.

A última pesquisa divulgada pelo PoderData, na quarta-feira (16), mostra liderança do petista com 40% das intenções de voto. Bolsonaro tem 31%. Segundo o levantamento, o terceiro colocado é Sergio Moro, com 9%, seguido por Ciro Gomes, com 4%. das intenções de voto.