As arboviroses são as doenças transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti e podem apresentar sintomas parecidos. O mosquito que sobrevive no lixo acumulado e na água parada, transmite dengue, zika e chikungunya. Em Pernambuco, o número de casos aumentou.
No último boletim epidemiológico das arboviroses, publicado pelo Ministério da Saúde, divulgado em dezembro de 2021, os números cresceram de forma alarmante. Pernambuco registrou 37.351 casos de dengue, 31.182 casos de chikungunya e 569 casos de zika. Entre esses, dois óbitos por Chikungunya.
No boletim de abril de 2021, tinham sido registrados 4.479 casos de dengue, 1.665 de chikungunya e 104 de zika.
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Os principais sintomas das arboviroses são a febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor no corpo e manchas na pele. Foi exatamente o que Leyveson Rodrigues sentiu quando contraiu chinkungunya, e tem sequelas até hoje. Como designer floral, as dores que permaneceram após a infecção atrapalham o desempenho do seu trabalho.
“A princípio, eu sentia só uma moleza no corpo, mas então percebi o aparecimento de muitas manchas. Logo depois começaram as dores no corpo inteiro. Costas, pernas, joelhos, articulações. Contraí chikungunya em 2018 e até hoje sinto dores no meu joelho. Passei um período afastado do trabalho por conta disso e ainda tenho dificuldades”, explica.
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O projeto ArboControl, da Universidade de Brasília (UNB), surgiu em 2016 e, em parceria com Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), atua no combate às arboviroses em diálogo com algumas comunidades urbanas e rurais a partir de ações de comunicação.
De acordo com Giovana Borges Mesquita, professora doutora e coordenadora das atividades em Pernambuco, o projeto trabalha com a “ciência cidadã” com intenção de se aproximar das comunidades.
Junto ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Pernambuco e à Livroteca Brincante do Pina, na Comunidade do Bode, foram produzidos conteúdos de comunicação comunitária, feita pela comunidade para a comunidade e também para a população do campo. Tais produções visam conscientizar sobre a prevenção das doenças causadas pelo Aedes Aegypti.
O produto final dessa união foi a radionovela “Picada de Ódio: a picada que ninguém gostaria de sentir na pele”, criada por professores e estudantes dos cursos de Comunicação Social e de Medicina do Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da UFPE e por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) de Pernambuco.
“Nossa preocupação com o campo era também de informar, porque doenças como a chikungunya são incapacitantes para o trabalhador rural. Nas nossas conversas com o setor de saúde do MST, foi descoberto que muitos trabalhadores ficaram sem condições de trabalhar por causa de dores, mas sofrem também de muita falta de informação e de falta de acesso mesmo, muitas vezes, ao serviço de saúde quando estão afetados por doenças desse tipo”, afirma Giovana.
Ações para combate ao mosquito
Segundo o Ministério da Saúde, ações simples podem ajudar no combate do mosquito Aedes aegypti e o segredo está nos cuidados com os diferentes ambientes, principalmente no quintal de casa. Toda comunidade precisa estar ciente que é papel de todos evitar a proliferação do mosquito.
Entre as medidas que podem ser adotadas estão: evitar água parada em pequenos objetos, pneus, garrafas e vasos de planta; manter a caixa d’água sempre fechada e realizar limpezas periódicas; vedar poços e cisternas; descartar o lixo de forma adequada.
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Os gestores devem também reforçar a limpeza urbana, promover ações educativas nas escolas e estimular ações conjuntas entre diversos setores como saúde, educação, saneamento e meio ambiente, segurança pública, entre outros.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vanessa Gonzaga e Rebeca Cavalcante