MOBILIZAÇÃO

Porto Alegre: entidades preparam ato pela liberdade de Assange em frente ao consulado dos EUA

Jornalista foi preso por trazer à tona crimes cometidos pelo governo dos Estados Unidos a partir da plataforma Wikileaks

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Em dezembro de 2021, uma sentença da Justiça britânica autorizou a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos - Foto: Will Oliver / AFP

Movimentos sociais e entidades sindicais realizam em Porto Alegre um ato em defesa da liberdade de Julian Assange, criador da plataforma Wikileaks. A mobilização será nesta sexta-feira (25), às 12h, em frente ao Consulado dos Estados Unidos na capital gaúcha e integra um dia internacional de mobilização com atos e protestos em vários países pela libertação do jornalista.

Perseguido politicamente há mais de 12 anos por denunciar diversos crimes cometidos pelo governo dos EUA, Assange foi preso em 2019. Ele estava vivendo na embaixada do Equador em Londres mas foi detido após o asilo político ter sido revogado. Atualmente, o ativista está preso em uma penitenciária de segurança máxima, em Londres.

Durante os atos que ocorrem em diversas cidades do país, será feita a leitura da Carta “Julian Assange não deve ser extraditado, Julian Assange deve ser libertado!”, da Assembleia Internacional dos Povos (AIP).

A carta será enviada às autoridades diplomáticas do Reino Unido e dos EUA para pressioná-las pela libertação do fundador do Wikileaks, além de ser amplamente divulgada na mídia.

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A presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS (Sindjors), Vera Daisy Barcellos Costa, defende a liberdade do jornalista. “Nós nos somamos ao movimento mundial que grita: Libertem Julian Assange! O livre exercício da profissão de jornalista é o ponto principal que move a liberdade de imprensa”, destaca.

O secretário de Comunicação da Centra Única dos Trabalhadores do RS (CUT-RS), Ademir Wiederkehr, que também é jornalista, chama a atenção para a “perseguição política inaceitável do governo dos Estados Unidos contra a dignidade profissional de um jornalista e o exercício do jornalismo sério e comprometido com a verdade”.

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Para a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga, o caso de Assange não está sendo levado a sério como deveria. “O que estão fazendo com ele, individualmente, é ilegal, imoral e desumano. Mas o que está em questão é maior do que um caso individual”, afirma. Segundo ela, a causa da libertação de Assange deve ser de todos os jornalistas e defensores dos direitos humanos e da liberdade de expressão.

Preso por provar crimes dos EUA

A perseguição ao jornalista começou depois que ele publicou milhares de documentos vazados dos serviços de inteligência dos EUA. Esses documentos comprovam crimes de guerra, cometidos pelas tropas estadunidenses e seus aliados no Afeganistão, no Iraque, em Guantánamo e em outros lugares. Entre os crimes, figuram assassinatos de civis desarmados, torturas, estupros e violações de direitos de prisioneiros.

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Assange e o Wikileaks também divulgaram ações dos EUA para desestabilizar governos não alinhados e provocar guerras, como no Egito, Iêmen, Líbia, Síria, Paquistão e Tunísia.

Espionagens também foram reveladas. Entre elas, o caso em que a então presidenta do Brasil, Dilma Rousseff (PT), foi grampeada ilegalmente pela Agência de Segurança Nacional (NSA) estadunidense, durante o governo de Barack Obama.

Em dezembro de 2021, uma sentença da Justiça britânica autorizou a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, onde responderá por acusações de espionagem e crimes cibernéticos. Juntas, essas acusações podem lhe render 175 anos de prisão. O jornalista está com a saúde debilitada e, no ano passado, chegou a sofrer um pequeno AVC na prisão, em Londres.

* Com informações da CUT-RS e Fenaj

 

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira