Movimentos sociais e entidades sindicais realizam um ato em defesa da liberdade de Julian Assange, criador da plataforma Wikileaks. A mobilização será nesta sexta-feira (25), às 12h, em diversas cidades do país.
No Distrito Federal, ela ocorrerá em frente à Embaixada dos Estados Unidos, a partir das 9h30, e depois em frente à Embaixada do Reino Unido. As manifestações fazem parte de um dia internacional de mobilização com atos e protestos em vários países pela libertação do jornalista.
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Perseguido politicamente há mais de 12 anos por denunciar diversos crimes cometidos pelo governo dos EUA, Assange foi preso em 2019. Ele estava vivendo na embaixada do Equador em Londres mas foi detido após o asilo político ter sido revogado. Atualmente, o ativista está preso em uma penitenciária de segurança máxima na capital britânica.
Durante os atos que ocorrem em diversas cidades do país, será feita a leitura da Carta “Julian Assange não deve ser extraditado, Julian Assange deve ser libertado!”, da Assembleia Internacional dos Povos (AIP). Esta carta será enviada às autoridades diplomáticas do Reino Unido e dos EUA para pressioná-las pela libertação do fundador do Wikileaks, além de ser amplamente divulgada na mídia.
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Para a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga, o caso de Assange não está sendo levado a sério como deveria. “O que estão fazendo com ele, individualmente, é ilegal, imoral e desumano. Mas o que está em questão é maior do que um caso individual”, afirma. Segundo ela, a causa da libertação de Assange deve ser de todos os jornalistas e defensores dos direitos humanos e da liberdade de expressão.
Preso por provar crimes dos EUA
A perseguição ao jornalista começou depois que ele publicou milhares de documentos vazados dos serviços de inteligência dos EUA. Esses documentos comprovam crimes de guerra, cometidos pelas tropas estadunidenses e seus aliados no Afeganistão, no Iraque, em Guantánamo e em outros lugares. Entre os crimes, figuram assassinatos de civis desarmados, torturas, estupros e violações de direitos de prisioneiros.
Assange e o Wikileaks também divulgaram ações dos EUA para desestabilizar governos não alinhados e provocar guerras, como no Egito, Iêmen, Líbia, Síria, Paquistão e Tunísia.
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Espionagens também foram reveladas. Entre elas, o caso em que a então presidenta do Brasil, Dilma Rousseff (PT), foi grampeada ilegalmente pela Agência de Segurança Nacional (NSA) estadunidense, durante o governo Obama.
Em dezembro de 2021, uma sentença da Justiça britânica autorizou a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, onde responderá por acusações de espionagem e crimes cibernéticos. Juntas, essas acusações podem lhe render 175 anos de prisão. O jornalista está com a saúde debilitada e, no ano passado, chegou a sofrer um pequeno acidente vascular cerebral (AVC) na prisão, em Londres.
Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino