O presidente da Rússia, Vladimir Putin, será um "pária" na arena internacional e sofrerá com sanções conjuntas de "metade da economia global", afirmou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quinta-feira (24). A Casa Branca afirma que essas medidas terão um impacto de "longo prazo" na economia russa.
"Por nossas ações e de nossos aliados e parceiros, estimamos que vamos cortar mais que metade das importações de alta tecnologia da Rússia. Vamos desferir um golpe em sua capacidade de continuar a modernizar seus militares", disse Biden.
O presidente dos EUA destacou que Washington não está tomando essa medida sozinho, mas dentro de uma articulação com os países-membros da União Europeia, Reino Unido, Nova Zelândia e Japão. Putin, afirma Biden, quer "reestabelecer a antiga União Soviética" e tem ambições para além da Ucrânia.
:: Veja como líderes latino-americanos reagiram ao conflito Rússia-Ucrânia ::
Além das sanções já anunciadas no início dessa semana, após Putin reconhecer rebeldes separatistas no leste da Ucrânia, contra os bancos russos VEB e o banco militar russo, Biden anunciou sanções contra quatros novos bancos e o confisco dos ativos dessas empresas nos EUA.
O objetivo, diz Biden, é "limitar o acesso da Rússia às finanças e tecnologia", e essa postura prejudicará a indústria bélica russa e também seu programa espacial.
O presidente dos EUA, contudo, descartou cortar a Rússia do sistema Swift, um sistema global de pagamentos, e disse acreditar que as atuais sanções "talvez" tenham um impacto maior do que essa medida.
Reino Unido e Ucrânia
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johson, também falou sobre sanções contra Moscou nesta quinta-feira (24). O premiê prometeu um "pacote maciço de sanções econômicas projetadas a tempo de travar a economia russa".
Ainda nesta quinta-feira, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou estar criando uma "coalizão anti-Putin" e disse ter conversado sobre o assunto com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente da França, Emmanuel Macron, o chanceler da Áustria, Karl Nehammer, e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan.
"[Conversei] sobre sanções concretas e assistência concreta para nossos militares. Estamos esperando por uma ação decisiva".
Zelensky disse ter conversado com Macron sobre o desligamento da Rússia do sistema Swift, medida não contemplada pelos Estados Unidos no momento. "Nós demandamos a desconexão da Rússia do Swift", afirmou o presidente ucraniano.
Edição: Arturo Hartmann