Em pronunciamento feito nesta segunda-feira (28), durante sessão extraordinária da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o secretário-geral do organismo, António Guterres, pediu paz e esforços conjuntos para o atendimento das pessoas que hoje sofrem com a guerra na Ucrânia.
“Peço à comunidade internacional que mobilize também recursos para atender a todos os afetados por essa crise e grupos vulneráveis, porque o número dessas pessoas vai aumentar à medida que a luta avança”, disse Guterres, após mencionar iniciativas adotadas pela ONU diante do conflito deflagrado pela Rússia.
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A reunião emergencial da assembleia tem caráter raro e tem o propósito de avaliar se condena ou não a invasão de tropas russas no território vizinho. Esta é a décima primeira vez que o órgão convoca sessão extraordinária desde 1950.
Segundo Guterres, foram mobilizados U$ 20 milhões de um fundo emergencial por parte do organismo internacional para alocar verbas em diferentes partes do território ucraniano. “Isso vai nos permitir prover água, comida, abrigo”, exemplificou o secretário-geral.
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De acordo com o pronunciamento, que foi acompanhado com atenção em todo o mundo, uma agência vai coordenar a ajuda humanitária em associação com o governo local e irá também apoiar o time da ONU que atua no país para socorrer a população, hoje amedrontada pela guerra.
António Guterres afirmou que haverá parceiros “dentro e fora do país” e que a ONU tem dois apelos, sendo um relacionado às necessidades do contingente que está na Ucrânia e o outro ligado ao interesse daqueles que estão atravessando as fronteiras e buscando refúgio em outros países.
“É essencial que a segurança da ONU e de seus colaboradores seja garantida de acordo com a lei internacional e que o acesso das pessoas vulneráveis seja garantido. Peço a todos os lados que garantam a liberdade de movimento do pessoal da ONU e a entrega de ajuda humanitária”, discursou Guterres, que assumiu o atual mandato em junho de 2021.
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O emissário também disse que “temos que nos mover na direção da paz”. “A ajuda humanitária é vital, mas não é uma solução. É simplesmente tratar os piores impactos do conflito. A verdadeira solução é a paz”, invocou, ao acrescentar que o ataque à Ucrânia “desafia a lei internacional e a Carta da ONU”.
Guterres registrou alguns dos elementos que hoje compõem a crise humanitária na Ucrânia. Ele lembrou o desespero da população à procura de abrigo em estações de metrô e outros pontos das cidades atingidas, bem como o fato de 500 mil cidadãos locais já terem ultrapassado as fronteiras do país em busca de segurança.
O secretário salientou ainda que os ataques de tropas russas estão afetando não somente alvos militares, mas também civis, uma característica que tem sido frequentemente registrada também pela mídia internacional.
“Essa violência que aumenta leva à morte de civis, incluindo crianças. Isso é totalmente inaceitável. Basta”, condenou Guterres, ao pedir que os soldados retornem para suas trincheiras e que haja uma mobilização pela paz.
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O secretário-geral da ONU também defendeu a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, pedindo respeito às “fronteiras internacionais reconhecidas”. “Estamos encarando uma tragédia pra Ucrânia, mas também uma crise regional, com implicações possivelmente pra todos nós."
“As armas estão falando agora, mas o caminho do diálogo tem que permanecer aberto. Nunca é muito tarde pra gente recomeçar negociações de boa-fé”, declarou. Nesta segunda, a primeira reunião realizada entre Rússia e Ucrânia terminou sem acordo.
Edição: Rebeca Cavalcante