A Ucrânia subiu o tom nesta terça-feira (1º) em meio ao sexto dia do conflito deflagrado pela invasão de tropas russas. “Provem que está conosco”, disse aos países da União Europeia (EU) o presidente do país, Volodymyr Zelenskiy, durante uma videochamada realizada em reunião de emergência do Parlamento Europeu.
A provocação vem um dia depois de a Ucrânia solicitar oficialmente a entrada no bloco, que reúne 27 Estados-membros localizados no continente. Os líderes de oito países da Europa Central e Oriental pediram, na mesma data, que a EU outorgue de imediato à Ucrânia a condição de país candidato a integrar o bloco, abrindo as tratativas que dizem respeito ao processo.
“Provem que não nos deixarão ir. Provem que são realmente europeus, e então a vida vencerá a morte e a luz vencerá a escuridão", acrescentou Zelensky nesta terça, ao dizer que a UE “será muito mais forte” ao se somar à Ucrânia.
O mandatário ucraniano foi aplaudido de pé após o discurso, em meio à presença de membros que trajavam roupas com símbolos de apoio e solidariedade ao país. Entre outras coisas, alguns parlamentares trajavam camisas estampando a hashtag #ApoieaUcrânia.
Investidas russas
Paralelamente ao discurso de Zelensky, a Rússia se aproximava de Kiev, a capital ucraniana, e bombardeava pontos de Kharkiv (Carcóvia, a segunda maior cidade do país), os principais ataques registrados até agora. O país sustenta que mais de 350 civis já morreram vitimados pelas investidas das tropas militares russas.
Após a reunião do Parlamento Europeu, já nas últimas horas, foi registrado um ataque a uma torre de TV em Kiev. A ação, que veio depois de a Rússia anunciar que atacaria prédios militares, deixou pelo menos cinco mortos e cinco feridos. A informação foi repassada por Anton Herashchenko, assessor do Ministério do Interior da Ucrânia.
A Ucrânia também afirmou que passou a assumir uma postura militar mais incisiva. O ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, por exemplo, disse que a Ucrânia tem como seguir com os embates.
A manifestação de Zelensky ocorre no mesmo momento em que o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, anunciou o objetivo mais amplo de manter as tropas do país em território ucraniano. Na avaliação do mandatário, isso significa blindar a Rússia do que classificou como “ameaçadas externas vindas do Ocidente”.
Desde o começo da escalada da tensão entre Rússia e o bloco de Ucrânia, EUA e OTAN, uma das demandas do governo de Vladimir Putin era que o país, que faz fronteira com a Rússia, não se tornasse membro da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Edição: Arturo Hartmann