Educação é a temática da Campanha da Fraternidade de 2022, lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em evento virtual nesta Quarta-feira de Cinzas (2). A campanha é realizada anualmente pela Igreja Católica no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede à Páscoa, estimulando espiritualidade, diálogo e ações concretas de solidariedade. O lema desta edição é “Fala com sabedoria, ensina com amor”.
A abertura oficial da Campanha da Fraternidade ocorreu com a divulgação de um vídeo pela CNBB, com pronunciamentos dos membros da presidência e convidados. Na solenidade, o secretário-geral da Conferência, dom Joel Portella Amado, lembrou da convocação do Papa Francisco para este 2 de março: fazer um dia de oração e jejum pela Ucrânia.
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Sobre o tema da campanha, Dom Joel salientou que é preciso olhar a realidade da educação, buscar seus fundamentos e seus objetivos mais profundos para que em todas as situações da vida se possa falar com sabedoria e ensinar com amor. “Cheguemos à Páscoa do Senhor com o coração transformado, um coração que trabalha para o mundo, uma sociedade de paz, de justiça social, fraternidade bem comum, amor e fé”.
No lançamento da campanha, foi apresentada a mensagem do Papa Francisco. Para ele, essa é a oportunidade para “reconhecer e valorizar a importante missão da Igreja no âmbito educativo”.
Ele destacou ainda a importância de se refletir sobre a relação entre “Fraternidade e Educação”, pois é “fundamental para a valorização do ser humano em sua integralidade, evitando a ‘cultura do descarte’ – que coloca os mais vulneráveis à margem da sociedade – e despertando-o para a importância do cuidado da criação”.
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Arcebispo de Porto Alegre defende educação para o bem social
No Rio Grande do Sul, a Regional Sul 3 da CNBB realizou uma coletiva de imprensa de lançamento da Campanha da Fraternidade, também na manhã desta quarta-feira. Na ocasião, o arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, destacou “a importância decisiva da educação no seio da sociedade".
Disse que, através do engajamento de todos, a campanha busca "promover reflexão, espaços de diálogos, estudos e oração também, como caminho fundamental para a construção de um país mais justo”.
Segundo ele, a educação não deve ser apenas a projeção de uma carreira profissional, mas sim projetar os seres para a realização do bem comum e do bem social. “É preciso promover um mutirão em prol da solidariedade para que os objetivos da campanha cheguem a bom termo”, reforçou.
Como funciona o Fundo Nacional de Solidariedade
Dom Jaime explicou ainda como funciona a arrecadação de dinheiro promovida pelas igrejas no Domingo de Ramos. Segundo ele, 60% do valor ficará com as dioceses e os demais 40% serão destinados ao Fundo Nacional de Solidariedade. O fundo é usado em ações sociais de todo o Brasil, apoiando projetos de combate à fome e à pobreza.
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Segundo o arcebispo, três iniciativas no estado já recorreram a este fundo recentemente: o Lar São Vicente de Paulo em Novo Hamburgo, que atende idosos em situação de vulnerabilidade e está recebendo R$ 17 mil para construção de uma cozinha e compra de alimentos; a Associação de Assistência Social Santo Inácio de Loiola, em São Leopoldo, que está recebendo R$ 19 mil para projetos de geração de renda através de confeitaria da entidade; e um projeto da diocese de Osório que atende a indígenas no município e está recebendo R$ 33 mil, a fim de fortalecer o povo guarani através do combate à insegurança alimentar, fomentando agricultura e moradia digna a esta população.
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A Campanha da Fraternidade nasceu a partir de uma iniciativa de arrecadação de recursos para atendimentos assistenciais da Cáritas Brasileira. Na Quaresma de 1962, no Rio Grande do Norte, foi realizada a primeira Campanha da Fraternidade com o convite à solidariedade, gesto concreto da prática quaresmal da esmola.
* Com informações da CNBB
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Marcelo Ferreira