MOBILIZAÇÃO

Mulheres do DF estarão nas ruas no 8M “por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome”

Jornada de lutas promove ações nas regiões administrativas e no centro da capital

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
A concentração acontece no Museu da República, a partir das 17h e segue em marcha pela Esplanada dos Ministérios, com encerramento na Alameda das Bandeiras - Foto: Divulgação Levante Feminista DF

Na próxima terça-feira (8), data em que se celebra o Dia Internacional de Luta por Direitos das Mulheres, movimentos feministas do Distrito Federal vão protagonizar um grande ato “Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome”.

Na capital federal, a concentração acontece no Museu da República, a partir das 17h, e segue em marcha pela Esplanada dos Ministérios, com encerramento na Alameda das Bandeiras.

Para este ano, os coletivos feministas decidiram ampliar as ações de luta também para as regiões administrativas da cidade. Neste sábado (5), as mulheres de movimentos populares, entidades sindicais e parlamentares vão se reunir, às 14h, em frente à Feira da Ceilândia para uma marcha.

Solidariedade

Na segunda-feira (7), como parte da jornada de lutas em defesa da vida, coordenada pelas mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), serão realizadas em todo o país ações de solidariedade. No DF, as camponesas vão se reunir no Hemocentro de Brasília, a partir das 10h, para doações de sangue.

No dia 14, as mulheres do MST vão promover o plantio simbólico de árvores, “plantaremos milhares de Marielles, denunciando seu assassinato e a impunidade do caso Marielle Franco”, informa o movimento

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Direito de continuar existindo

Para Rita Andrade, militante do Levante Feminista do DF, entre as pautas prioritárias para a luta das mulheres no dia 8 de março está o direito básico de “continuar existindo”.

“Estamos lutando por comida, por emprego, por saúde e pela educação. Estamos lutando contra a crescente violência direcionada às mulheres e todo o retrocesso imposto pelo governo Bolsonaro”, destaca.

A feminista aponta que as atuais gestões do governos, tanto federal como distrital, desmontaram políticas públicas importantes para a vida das mulheres, potencializando as desigualdades sociais e as opressões. Diante da situação, Andrade convoca as mulheres para irem às ruas no dia 8 de março para que se possa “dar um basta à política de morte do desgoverno Bolsonaro”.

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“Precisamos dar um basta no desmonte das políticas públicas que afetam diretamente as mulheres no Distrito Federal e em todo o Brasil. Nós estaremos nas ruas pela vida de todas as mulheres, pelo progresso da população brasileira, para dar um basta no ódio, no retrocesso, na intolerância, dar um basta em toda forma de opressão e olhar para o futuro mirando um uma sociedade mais justa, mais acolhedora, uma sociedade onde as mulheres possam andar livremente e comer, trabalhar, amar, se divertir, ser feliz”, declara a militante.

Em nota, a Marcha Mundial das Mulheres denuncia que o aprofundamento da crise econômica no Brasil e no mundo, somado à política da fome, do desemprego e da morte conduzida pelo governo Bolsonaro, “tem tornado a vida do povo ainda mais difícil, atingindo, principalmente, as mulheres da classe trabalhadora”.

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O documento aponta que a taxa de desemprego entre as mulheres bateu recorde no ano passado, chegando a 16,8%. Para as mulheres negras, essa taxa foi de 19,8%, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O número de mulheres desempregadas no país já chega a 8,6 milhões. Quase 51 milhões de pessoas viveram abaixo da linha da pobreza nos últimos dois anos e mais de 10 milhões passam fome.

A representante do Movimento de Trabalhadores por Direitos (MTD), Isabela Meneses, salienta que a luta das feministas é também contra o feminicídio. “Em Brasília o número de feminicídios duplicou de um ano para o outro e essa é uma das muitas razões para lutar pela vida das mulheres nesse 8 de março”.

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De acordo com o relatório da Secretaria de Segurança Pública do DF, de março de 2015 a janeiro de 2022, a cidade registrou 134 casos de feminicídio. Em 2021, foram 25 casos registrados.

Ações nas periferias

Para Thamynny Santos, do Levante Popular da Juventude, as pautas das mulheres devem ganhar todos os espaços. “É preciso ocuparmos as ruas, nas periferias, na Esplanada, nas regiões administrativas do DF e ocupar o entorno. E também é latente que estejamos representadas na política, na Câmara e no Senado, ter mulheres que representem e levem nossas pautas e defenda nossos direitos já conquistados com muita luta”.

Santos ressalta que “o 8 de março é um dia muito importante para a luta feminista, e em 2022 essa relevância se potencializa com o ano eleitoral, pois sabemos melhor que ninguém o quanto a política desse desgoverno impacta na vida das mulheres”.

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Flávia Quirino