Luto

Morre Lisete Arelaro, educadora de referência popular; MST presta homenagem

Vinculada à USP, professora atuou também no PT e no Psol, tendo sido candidata ao governo de SP

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Lisete Arelaro assumiu diretoria da Faculdade de Educação da USP entre 2010 e 2014 e construiu trajetória que incluiu passagens pela administração pública - Reprodução/FE-USP

Morreu na noite de sábado (12), aos 76 anos, a professora da Universidade Estadual de São Paulo (USP) Lisete Regina Gomes Arelaro. Pedagoga de referência popular, Lisete foi candidata ao governo de São Paulo pelo Psol em 2018 e também atuou coordenando os setoriais de Educação Estadual e Nacional no PT. Ela faleceu em decorrência de um câncer de estômago.

Lisete ocupou a diretoria da Faculdade de Educação da USP entre 2010 e 2014 e construiu uma trajetória que incluiu passagens pela administração pública.

A professora integrou a equipe Paulo Freire durante a gestão da então prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PT), no período de 1989 a 1992, e foi secretária de Educação em Diadema nos intervalos 1993-1996 e 2001-2002, nos dois primeiros mandatos do atual prefeito, José de Filippi Jr. (PT).

Em nota divulgada à imprensa, o Diretório Municipal do PT São Paulo se referiu a Lisete como “companheira leal e uma das grandes educadoras deste país”.

“O Brasil perdeu uma mulher fundamental na construção da educação popular, inclusiva e transformadora. Lisete deixa uma grande contribuição para as lutas do povo brasileiro, a quem dedicou sua luta e sua vida. Seu legado estará presente no futuro das próximas gerações”, disse o partido.

O corpo da professora será velado neste domingo (13), na Faculdade de Educação da USP, das 16 às 20 horas. Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) farão uma homenagem à docente no local.

“Estaremos lá prestando toda a nossa homenagem a ela, que sempre caminhou lado a lado conosco na defesa da reforma agrária, de um projeto de país, de uma sociedade socialista e sempre em defesa da educação popular”, afirma ao Brasil de Fato a militante Luana Pommé, do Coletivo Nacional de Educação.

Repercussão

A morte da professora repercutiu entre diferentes personagens do mundo político da esquerda. Em duas mensagens pelo Twitter, a deputada Luiza Erundina disse que Lisete teve uma “rica existência”.

“Estou terrivelmente triste com a partida da querida amiga Lisete Arelaro. Deixa um valioso legado como educadora e como militante socialista. Vai fazer uma enorme falta na nossa dura luta em defesa da democracia e pela construção de um mundo mais justo e solidário”, acrescentou Erundina.

Outros psolistas se manifestaram pelas redes sociais. “Que tristeza! Perdemos hoje uma mulher imprescindível. Lisete Arelaro nos deixou. Companheira leal e uma das grandes educadoras deste país. Muita força para todos os familiares. Lisete, querida, vá em paz! Sua memória será uma inspiração para seguirmos em frente”, disse Guilherme Boulos, ex-candidato a presidente da República.

“Lisete Arelaro foi uma das mulheres mais inspiradoras que conheci. Intelectual militante, foi diretora da Faculdade de Educação da USP e candidata ao governo de SP pelo Psol. Partiu no dia de hoje, mas seu legado permanece. Meus sentimentos à família. Professora Lisete presente!”, exclamou a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP).

O deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) também se somou às manifestações sobre a morte da professora, de quem se disse amigo de longa data.

“Companheira de luta e sonho socialista desde 1968 na luta contra a ditadura. Mulher, mãe guerreira. Uma das maiores educadoras do Brasil. Formadora de uma legião de pedagogos freirianos. Gigante em tudo que fez. Brilha, Lisete!”, bradou o psolista.

Já o presidente nacional do partido, Juliano Medeiros, disse que a morte da professora marca “um dia triste para a esquerda”.

Edição: Thales Schmidt