A riqueza da fauna e flora da Caatinga, esse bioma exclusivamente nacional, é encontrada predominantemente no Semiárido. As plantas que nascem neste território apresentam modificações que permitem sua sobrevivência nos longos períodos de falta de água, quando a paisagem da mata branca, com árvores sem frutos e folhas, se espalha pela mata.
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Essa vegetação também é responsável pela proteção do solo. Sem ela, o terreno sofre o processo de erosão causado pelo vento e pela água que arrastam os sedimentos e isso faz com que o solo seja menos fértil e com pouca capacidade de armazenamento de água, causando a desertificação. (Continua após o vídeo.)
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Segundo dados divulgados em 2021 pelo o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens e Satélites, 13% da região semiárida está com os solos comprometidos. Para combater esse processo, algumas iniciativas, como as ações de recaatingamento, tentam reverter os impactos. O projeto é desenvolvido em comunidades rurais através do uso sustentável dos recursos naturais da caatinga.
No norte da Bahia, o recaatingamento é também promovido pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) que desde 2009 envolve 31 comunidades em atividades de preservação nos municípios de Uauá, Curaçá, Jaguarari e Andorinha.
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O objetivo é evitar o assoreamento, como explica Vanderlei Silva, técnico de campo do Irpaa.“As famílias se organizam para realizar algumas práticas de intervenções com o objetivo de recuperar solo, de reter água dentro da área e de, também, realizar alguns plantios de espécies nativas da caatinga principalmente nos períodos de chuva”, explica.
Além de ações que visam a preservação direta do meio ambiente, o recaatingamento promove capacitações para a geração de renda, valorizando produtos das atividades agroextrativistas sustentáveis, como a colheita e beneficiamento de frutas silvestres típicas desta vegetação, como o umbu e maracujá do mato.
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Em Pernambuco, as ações são desenvolvidas pelo Centro Sabiá. Uma particularidade é a implantação de sistemas agroflorestais, onde se plantam espécies frutíferas, plantas de safra anual, forrageiras e nativas da Caatinga.
Rivaneide Almeida, assessora técnica do Centro Sabiá, explica que a prática impacta em diversas atividades. “A caatinga também é uma floresta, uma mata. Então ela tem uma importância muito grande pra vida nesse lugar que é o semiárido. Sem a Caatinga não tem vida, não tem água, não tem vegetação, não tem produção de alimentos. Por isso, o recaatingamento é uma estratégia pensada para recomposição, para recuperação da vida nesse lugar”, afirma.
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A Caatinga está presente em todo o Nordeste, mas para que ela não desapareça, não só as ações de recaatingamento são necessárias, como também o manejo sustentável do bioma.
Dessa forma, as plantas e os animais podem reproduzir e contribuir para restauração deste bioma tão importante para a população que vive no Semiárido.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vanessa Gonzaga