Após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) dar um prazo de 24 horas para cumprimento das determinações judiciais, o Telegram apagou um post de Jair Bolsonaro (PL) e perfis ligados ao blogueiro Allan dos Santos, que fugiu para os EUA após ser acusado de ser um dos comandantes da milícia virtual bolsonarista nas redes.
A publicação feita por Bolsonaro, sobre investigação da Polícia Federal de um inquérito sigiloso envolvendo o ataque de hackers ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi apagada na noite deste sábado (19).
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No entanto, o Telegram cumpriu 7 das dez determinações do STF. No caso de desrespeitos às determinações do STF, além do bloqueio o Telegram terá que pagar uma multa diária de R$ 100 mil.
Das determinações, ainda falta o Telegram indicar um representante oficial no país, bloquear o canal @claudiolessajornalista e mostrar as providências que estão sendo tomadas para combater a desinformação e a disseminação de notícias falsas.
Em vídeo distribuído em grupos bolsonaristas, Allan dos Santos volta a atacar o ministro do STF.
"Alexandre, cada conta minha que você derruba, eu coloco no colo do juiz aqui nos EUA. Derruba mais. Mas, derruba mais mesmo. Porque é a única coisa que você pode, tá? Você é um filho da p*** - aqui eu tenho liberdade para falar isso -, você é um safado, não vale nada. Você é, sim, amiguinho do PCC, um vagabundo que não vale nada. E vou continuar falando isso onde tenho liberdade", disse.
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Bolsonaristas seguem divulgando fake news
Nos grupos que reúnem apoiadores de Bolsonaro, as fake news seguem sendo criadas e propagadas.
Uma delas foi criada por um grupo de apoiadores do ministro "terrivelmente evangélico" André Mendonça, do STF. A fake news atribui a Mendonça uma declaração crítica sobre a decisão de Moraes.
"O Telegram é uma ferramenta não somente daqueles que utilizam das pautas políticas, mas também daqueles que a utilizam como trabalho no seu dia a dia. A censura não poderá vencer a democracia, somos ainda uma nação livre com suas livres escolhas e o direito de ir e vir, com seu direito de opinar ainda garantidos", diz o texto.
No entanto, em entrevista ao Diário do Grande ABC, Mendonça disse apenas que "ele (Alexandre de Moraes) tomou a decisão e deve ser respeitada. Vamos acompanhar", sem comentar por não ter tido acesso ao despacho.