O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, anunciou logo após encontro dos países da aliança, nesta quinta (24), em Bruxelas, na Bélgica, que as posições militares na Bulgária, Hungria, Romênia e Eslováquia serão reforçadas com 40 mil militares.
Além disso, ele também confirmou que a Otan fornecerá a Kiev mais material bélico. Itens como drones, sistemas de defesa aéreo e antitanque serão enviados.
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"Em resposta às ações da Rússia, ativamos os planos de defesa da Otan, destacamos elementos da Força de Resposta da Otan e colocamos 40.000 soldados em nosso flanco leste, juntamente com meios aéreos e navais significativos, sob comando direto da Otan apoiado por destacamentos nacionais dos Aliados", destacou Stoltenberg em coletiva de imprensa.
Uma das preocupações declaradas por Putin para justificar a invasão foi a expansão da Otan na fronteira russa, e o silêncio sobre as questões de segurança de Moscou.
Zelensky quer mais armas
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, falou por videoconferência na cúpula da Otan que acontece nesta quinta-feira e voltou a pedir armas para enfrentar a Rússia.
"Para salvar as pessoas e nossas cidades, a Ucrânia precisa de assistência militar sem restrições. Da mesma forma que a Rússia está usando todo o seu arsenal sem restrições contra nós", disse o presidente ucraniano.
Zelensky agradeceu o apoio da aliança militar, mas destacou que a Otan ainda "ainda não mostrou" o que pode fazer para salvar a população e disse que a Ucrânia está "entre o ocidente e a Rússia".
"Tenho certeza de que vocês entendem que a Rússia não tem intenção de parar na Ucrânia. Quer ir mais longe. Contra os membros orientais da Otan. Os estados bálticos. Polônia com certeza", disse o presidente ucraniano.
Declaração conjunta da Otan destaca "preocupações" com comentários da China
O texto da declaração dos chefes de Estado e de governo da Otan acusa o presidente russo, Vladimir Putin, de uma retórica "irresponsável e desestabilizadora", além de pedir a retirada das tropas da Rússia e o fim da "cumplicidade" de Belarus.
A declaração também cita nominalmente a China e pede que Pequim defenda a ordem internacional, "os princípios de soberania e integridade territorial" da Carta da ONU e se abstenha de apoiar o esforço de guerra da Rússia "de qualquer maneira", inclusive qualquer tentativa de contornar sanções.
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"Estamos preocupados com os recentes comentários públicos de funcionários da República Popular da China e pedimos à China que pare de amplificar as falsas narrativas do Kremlin, em particular sobre a guerra e a Otan, e promova uma resolução pacífica para o conflito", diz a declaração.
Bruxelas ainda sedia nesta quinta-feira reuniões do G7 e do Conselho Europeu. Stoltenberg participará da reunião do G7, anunciou a Otan, e também terá uma reunião com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida.
De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), a guerra na Ucrânia já custou a vida de 925 civis e criou 3.674.952 refugiados.
Edição: Arturo Hartmann