“Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Constituição da República Federativa do Brasil
No último dia 20 de março, 500 militantes de todo o Brasil, construtores de movimentos populares e sindicais, jovens, mulheres, negros e LGBTs reunidos em Sarzedo-MG, fundaram o Movimento Brasil Popular. Trata-se de um movimento político, social e cultural, de quadros, militantes e massas, que nasce com o DNA das lutas populares do passado pela abolição da escravidão e pelos anseios de libertação de nosso povo.
Numa conjuntura como a que vivemos, de profundo empobrecimento da população brasileira, desemprego e fome, esse não é um acontecimento qualquer. Vivemos uma crise social, aprofundada pelo governo Bolsonaro, cuja principal saída no curto prazo é a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em outubro próximo para reconstruir o Brasil que queremos.
Entretanto, somente a eleição de Lula não resolve os nossos problemas: somos cerca 60 milhões de trabalhadores sem direitos, 19,1 milhões passando fome, 40 milhões em situação precária de moradia. Resolver esses problemas passa necessariamente pelo fim do teto de gastos, pela revogação da reforma trabalhista e das privatizações no sistema Petrobras, além de outras medidas que impulsionem o investimento em políticas sociais.
Construir esse cenário mais favorável para conquistas exige um ambiente de maior participação política, gestado desde as bases e sem hesitações. O cenário de possibilidade real da derrota do neofascismo nas urnas, alavancado pela capacidade política de Lula de expressar anseios de amplas camadas sociais, exige determinação das forças populares na construção de uma campanha de massas.
Portanto, nesse momento, é urgente um movimento político que incida na construção de Comitês Populares em defesa da candidatura Lula e na construção de uma Política de Solidariedade que atue nas periferias urbanas. É momento de impulsionar a participação política do povo trabalhador, que só é chamado a decidir de dois em dois anos apertando um número na urna.
O Movimento Brasil Popular nasce com uma tarefa histórica (incompleta pela esquerda brasileira) de organizar a maioria da população moradora de nossas periferias. Para que o poder possa de fato ser exercido pelo povo brasileiro, é momento de experimentar na prática um processo de radicalização da democracia e construir através de milhões de corações e mentes a vitória de Lula em 2 de outubro.
*Pablo Bandeira é militante do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos – MTD e membro da coordenação nacional do Movimento Brasil Popular.
**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Raquel Setz