Eleições 2022

"Se preparem: vamos abrasileirar o preço do combustível", promete Lula apostando em sua eleição

Discurso do ex-presidente foi feito a multidão no festival que comemorou os 100 anos de fundação do PCdoB, em Niterói

Brasil de Fato | Niterói (RJ) |
O ex-presidente afirmou que Bolsonaro resiste porque tem medo da prisão quando deixar o cargo - Stefano Figalo/ Brasil de Fato

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), iniciou seu discurso neste sábado (26), durante a comemoração pelo centenário do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, dizendo que um de seus compromissos, se eleito, será a redução do preço dos combustíveis no Brasil.  

"Se preparem, porque nós vamos abrasileirar o preço do combustível, do óleo diesel e do gás de cozinha nesse país", afirmou Lula em relação à internacionalização do preço do petróleo nacional que, segundo ele, Bolsonaro não tentou combater.

O político entrou no palco por volta das 16h30 acompanhado da noiva, Janja da Silva, e discursou a partir das 18h por cerca de 45 minutos. Recebido com gritos e longos aplausos do público, Lula foi disputado no palco por diversos políticos presentes para fotos.

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Segundo o petista, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto até o momento, o compromisso de seu governo é devolver a soberania das estatais brasileiras, como a Petrobras, a Eletrobras e os Correios, para restabelecer o orgulho nacional e voltar a criar empregos no país.

O petista disse que tem sido perguntado insistentemente sobre a possibilidade de um golpe do presidente Jair Bolsonaro, por este não aceitar uma eventual derrota, ou sobre ele não passar a faixa presidencial na rampa do Palácio do Planalto.

"É até bom se ele não for [passar a faixa] no dia. Vai ter golpe no Brasil sim: em outubro de 2022, vocês vão levantar às sete da manhã, pentear o cabelo e vão na urna para tirar o Bolsonaro da presidência da República", disse com tom de animação. 


Lula discursou a uma multidão no Festival Vermelho, em Niterói / Stefano Figalo/ Brasil de Fato

O ex-presidente afirmou também que Bolsonaro resiste porque tem medo da prisão quando deixar o cargo. "Mas não sou eu que vou prender Bolsonaro. Não sou juiz, policial, ele sabe o que ele fez. A imprensa já disse que Bolsonaro acorda e conta sete mentiras por dia".

O petista comentou ainda a recente condenação do ex-procurador Deltan Dallagnol, que terá que indenizá-lo em R$ 70 mil, que em valores corrigidos chegarão a R$ 100 mil, por danos morais.

"Ainda vou vencer mais processos. [O juiz Sergio] Moro me condenou dizendo que meu crime foi um 'ato indeterminado'. Algum advogado aí sabe pode me ajudar para dizer o que é esse tal de 'ato indeterminado'?", questionou o pré-candidato do PT ao Planalto.

Apoio

Antes da fala de Lula, diversos parlamentares e lideranças do PCdoB, do PT, do PSB e do Psol se revezaram no palco armado no em frente ao Teatro Popular Oscar Niemeyer, no centro de Niterói. 

Chamado de "governador", o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) foi um dos mais aplaudidos. Ele, pré candidato ao governo fluminense, lembrou da história do centenário Partido Comunista, disse que a sigla é e será fundamental contra o bolsonarismo e mencionou um protesto do lado de fora do evento em que aproximadamente 50 manifestantes apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) pediam a prisão de Lula.

"Não tenho dúvidas de que tempos melhores virão e o PCdoB vai ser mais uma vez fundamental. Esse governo miliciano vai passar. Ele nasceu no Rio de Janeiro, hoje tem meia dúzia de camundongos ali fora fazendo protesto, mas não vão a lugar nenhum. O lugar de Bolsonaro, como o de todo miliciano, é na cadeia. O Rio de Janeiro tem um compromisso de eleger Lula", disse Freixo.


Chamado de "governador", o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) foi um dos mais aplaudidos / Stefano Figalo/ Brasil de Fato

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), que foi uma das principais organizadoras do festival, contou que durante quase quatro décadas o Partido Comunista viveu na clandestinidade por conta de sucessivas perseguições políticas. 

A parlamentar disse que 100 anos depois de levantes populares como o tenentismo, e movimentos culturais como a Semana de Arte Moderna e a luta de mulheres pelo direito ao voto, 2022 será o ano de tirar Bolsonaro do poder.

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"Foram muitas lutas do partido comunista e hoje, com 100 anos, podemos dizer: 'nós vencemos'. O nosso primeiro desafio, depois de eleger Lula, é fazer com que esse país coloque sorriso no lugar das lágrimas, emprego no lugar da fome, desenvolvimento no lugar do atraso, um país altivo no lugar da submissão e a felicidade na casa do povo brasileiro", afirmou.

A ex-deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) contou que o apoio da legenda a Lula como pré-candidato foi oficializado na última sexta-feira (25), dia em que o PCdoB completou 100 anos e primeiro dia do Festival Vermelho, em Niterói, cidade onde o partido foi fundado.


A ex-deputada federal Manuela D'Ávila também discursou no Festival Vermelho / Pablo Vergara

"É uma felicidade grande olhar Niterói, daqui de cima do palco, com essa energia e potência do povo brasileiro. Queremos um Brasil livre de Bolsonaro. Entregamos a esperança da nossa militância por um Brasil que volte a se industrializar e ocupe um lugar no mundo à altura do povo brasileiro, um Brasil que proteja crianças, idosos, mulheres, é sobre essas pessoas de carne e osso que fazemos a entrega da nossa confiança", avaliou Manuela.

Além de artistas, estiveram no palco do Festival Vermelho lideranças de movimentos sociais como Marina do MST, membro da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).  

As presidentas e presidentes dos partidos, Luciana Santos (PCdoB), Gleisi Hoffmann (PT) e Juliano Medeiros (Psol), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e parlamentares do Psol (as deputadas Mônica Francisco e Talíria Petrone, as vereadoras Monica Benício e Benny Briolly, o deputado Flavio Serafini), do PSB (Marcelo Freixo e Waldeck Carneiro), do PT (o vereador Lindbergh Farias e o presidente da Alerj, André Ceciliano) e do PCdoB (Enfermeira Rejane e Jandira Feghali) também participaram do grande ato.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse e Sarah Fernandes