Coluna

Movimento Brasil Popular: reunindo forças para os desafios que virão

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Comitês populares terão desafio de fazer da campanha de Lula um grande momento do trabalho de base e da politização das eleições - Ricardo Stuckert
A criação do Movimento Brasil Popular é parte da necessidade de ampliação das organização sociais

Entre os dias 17 e 21 de março de 2022 fundou-se, em Minas Gerais, o Movimento Brasil Popular, fundando-se como um movimento político que sela compromisso com a esquerda social brasileira e se coaduna com aqueles que lutam pela construção de uma Projeto Popular para o Brasil, abrindo caminhos na correlação de forças para a concretização da nossa tão sonhada Revolução Brasileira.

Herdeiro dos movimentos de liberação nacional, especialmente na América Latina, o Movimento Brasil Popular congrega militantes de diversos movimentos sociais. Destacam-se o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Levante Popular da Juventude; Movimento de Mulheres Camponesas (MMC); Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras por Diretos (MTD) e diversos outros companheiros e companheiras que cerram fileiras no movimento sindical, camponês e popular.

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A Assembleia Luis Gama, que criou o Movimento Brasil Popular, ocorreu entre os dias 17 e 20 de março na cidade de Sarzedo, MG / Guilherme Gandolfi

Posto um balanço da esquerda no último período, a criação do Movimento Brasil Popular é parte da necessidade de ampliação das organização sociais, aprofundando seu caráter de massas e sendo capaz de abrigar mais do que os “quadros”, mas – sobretudo – as massas de trabalhadores, tarefa emergencial em um país no qual o bolsonarismo e o ultraconservadorismo avançam a passos largos, inclusive, no seio da classe da trabalhadora.

Nosso compromisso é com a unidade. Em que pese que sejamos mais uma organização na esquerda brasileira, recusamos o sectarismo e a arrogância dos grupos políticos que se autointitulam a vanguarda solitária de si mesmo. Portanto, acreditamos ser uma parte de um processo rico de reorganização da esquerda brasileira em curso em que não há mais espaço para o isolamento.

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Um movimento que busca sua força na articulação das lutas do povo não pode titubear e, por isso foi chamado de Movimento Brasil Popular / Guilherme Gandolfi

Nossas tarefas imediatas se circunscrevem a duas: somar todos os esforços na eleição de Lula para a Presidência da República e de uma bancada de lutadores do povo para ocupar as cadeiras do Congresso Nacional, na avaliação de que é necessário combinar formas de luta, seja a luta de massas, sejam aquelas – ainda que sustentadas pelas primeiras – que se desenvolvem no campo institucional, sobretudo nos pleitos eleitorais e nos permitem avanços importantes para a organização e acúmulo de forças rumo a rupturas estruturais.

Nosso papel na disputa eleitoral é contribuir para que a campanha, principalmente presidencial, ocorra em um ambiente mais polarizado, em que projetos de sociedade distintos se enfrentem na boa e velha “batalha das ideias”, onde as grandes questões quanto ao papel do Estado, da política social, da luta anti-imperialista e do projeto de futuro tenham espaço privilegiado. Em síntese, através dos comitês populares, temos o desafio de fazer da campanha de Lula um grande momento do trabalho de base e da politização das eleições, apontando as tarefas de curto e de longo prazo.

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É nesse espírito construtivo e de unidade, que nos comprometemos em olhar para a frente e encarar os enormes desafios da classe trabalhadora / Guilherme Gandolfi

Nossa segunda grande tarefa, em caso de vitória no pleito eleitoral, será a de contribuir para que a correlação de forças na sociedade seja favorável a tal ponto que haja sustentação política ao conjunto de tarefas que envolvem suplantar o neoliberalismo e retomar as bases de um projeto nacional de desenvolvimento. No que toca ao campo econômico, no qual sou uma das interlocutoras, revogar o conjunto de medidas neoliberais constituídas nesses últimos anos pós golpe de 2016 exigirá muito mais do “vontade” das autoridades, mas sustentação política no seio do povo brasileiro. Será hora, portanto, de firmar os pés nas ruas, contribuindo para que Lula governe com o povo brasileiro permanentemente mobilizado e avançando na disputa ideológica na sociedade.

Por fim, nosso terceiro e último desafio se relaciona com nosso horizonte estratégico, em que esse conjunto de movimentações táticas servem como acúmulo de forças para a mudança radical do Estado brasileiro, empreendendo tarefas de transição em um processo revolucionário que complete a Nação Brasileira. Nosso compromisso é com um modelo econômico organizado aos interesses do povo brasileiro, com soberania política e radicalização da democracia popular.

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Seja parte das nossas fileiras!

 

*Mestre e doutora em desenvolvimento econômico na unicamp; militante do Levante Popular da Juventude e do Movimento Brasil Popular; e Economista-chefe do IREELeia outros textos

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Vivian Virissimo