O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), surpreendeu o mundo político nesta quinta-feira (31). Em contato com aliados políticos e colegas de partido, o tucano anunciou a desistência de sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições de outubro.
A confirmação do recuo deve ser feita em pronunciamento na tarde desta quinta-feira (31), às 16h. Doria estava em pré-campanha desde que venceu as prévias do PSDB, em novembro do ano passado, contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
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Apesar da vitória no processo interno, a candidatura de Doria sofria resistências dentro do próprio partido. A pretensão eleitoral de Leite, que insiste em ser um dos candidatos ao Palácio do Planalto, foi um dos fatores determinantes para minar a candidatura do governador paulista.
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, a razão alegada por Doria para desistir da candidatura à Presidência é ter se sentido abandonado pelo seu partido.
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O jornal aponta ainda que, após ser avisado por Doria da intenção do tucano de permanecer no cargo de governador paulista, o vice Rodrigo Garcia disse a aliados que pediu demissão do cargo de secretário de Governo do estado. Ele é o pré-candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes.
Garcia tinha a pretensão de ocupar o cargo de governador como estratégia para ter mais visibilidade no ano eleitoral. Nas pesquisas, ele aparece variando de 6% a 9% das intenções de voto, atrás de pré-candidatos como Fernando Haddad (PT), Márcio França (PSB) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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O pronunciamento de Doria, agendado para as 16h, deve esclarecer as reais intenções do tucano com a desistência de participar da eleição presidencial. Entre as alternativas, está a entrada na disputa eleitoral do governo de São Paulo. Outra possibilidade é a aposentadoria do mundo político.
A renúncia ao cargo de governador, pleiteada por Garcia, também está no rol de possibilidades de Doria. Segundo aliados ouvidos pela Folha de S.Paulo, o tucano está sendo pressionado para deixar o cargo e teria sido, inclusive, ameaçado de impeachment caso permaneça no posto.
Edição: Vivian Virissimo