O presidente Jair Bolsonaro (PL) exonerou nove ministros que disputarão a corrida eleitoral de 2022, segundo o Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (31). A reforma ministerial segue a Lei de Inelegibilidades, que determina a exoneração de ministros que irão se candidatar até seis meses antes do primeiro turno. Neste ano, o prazo termina no próximo sábado (2).
Confira as mudanças
Mulher, Família e Direitos Humanos
No lugar de Damares Alves, a então secretária nacional de Políticas para as Mulheres, Cristiane Britto, irá assumir a chefia do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.
Durante sua filiação ao partido Republicanos, na última segunda-feira (28), Alves já havia sinalizado Britto como a nova ministra. “Eu já fiz a minha indicação e a minha indicação é a secretária nacional da Mulher, para a gente dar continuidade à pauta da mulher. O presidente gosta muito da secretária”, falou agora a ex-ministra em coletiva de imprensa.
Britto, especialista em direito eleitoral e também filiada ao Republicanos, assumiu a Secretaria Nacional de Política para as Mulheres em maio de 2019. Antes, trabalhou com Direito Partidário e Marketing Político e atuou por 16 anos na Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (ABRADEP), da qual é cofundadora.
Damares Alves irá anunciar para qual cargo irá concorrer na tarde desta quinta-feira (31).
Ministério do Turismo
O ministro do Turismo Gilson Machado deixa o cargo para disputar uma vaga no Senado por Pernambuco. Ele será substituído por Carlos Brito, que atuava na Embratur, antiga Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, desde junho de 2019. Nos últimos anos, ele chegou ao cargo de diretor-presidente da agência.
Brito é formado em Administração de Empresas e em Administração com ênfase em Marketing e tem MBA em Marketing e Publicidade.
Ministério da Infraestrutura
O agora ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas irá concorrer ao governo de São Paulo nas eleições deste ano. Em seu lugar entra Marcelo Sampaio, até então secretário-executivo da pasta, onde coordenava ações relacionadas a governança, organização e sistemas de gestão e de tecnologia da informação.
Sampaio chegou a ser subchefe adjunto de Gestão Pública da Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil da Presidência e diretor de informações e gestão estratégica de Transporte na Secretaria de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes.
Nesta quarta-feira (30), Tarcísio de Freitas elogiou Sampaio. "O nome já está definido, vai ser ele [Marcelo Sampaio] o ministro que vai assumir, a partir de amanhã. É um jovem talento, uma pessoa extremamente preparada, que acompanhou tudo que foi feito no Ministério da Infraestrutura e tem totais condições de me substituir e fazer um bom papel. Vai dar continuidade aos projetos, muitos deles já em um estágio bastante avançado de maturidade, quase a ponto de ir para mercado", afirmou o candidato de Bolsonaro ao governo paulista à CNN Brasil.
Recém filiado ao Republicanos, Tarcísio de Freitas tem 14% das intenções de voto, segundo pesquisa Real Time Big Data, divulgada na última segunda-feira (28), empatado com ex-governador Márcio França (PSB). À frente está o ex-ministro Fernando Haddad (PT) com 27%.
Ministério do Desenvolvimento Regional
O ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho deixa o cargo para concorrer a uma vaga no Senado pelo Rio Grande do Norte. Ele será substituído por Daniel de Oliveira Duarte Ferreira, que era secretário-executivo da pasta desde abril de 2020. Antes, atuou como diretor do Departamento de Produção Habitacional da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério.
Ministério do Trabalho
O ministro do Trabalho Onyx Lorenzoni, ferrenho defensor de Jair Bolsonaro, será candidato ao governo do Rio Grande do Sul. Em seu lugar, entra José Carlos Oliveira, agora ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Ministério da Agricultura
Tereza Cristina deixa a pasta para ser candidata ao Senado pelo Mato Grosso do Sul. Será substituída pelo médico Marcos Montes, que também era secretário-executivo da pasta.
Montes já foi deputado federal por três mandatos, prefeito e secretário municipal de Turismo e Esportes de Uberaba (MG) e secretário de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes de Minas Gerais.
O médico também já presidiu a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em 2015 e 2016, quando teve Nilson Leitão, que comanda o Instituto Pensar Agropecuária (IPA), como vice.
Ministério da Cidadania
João Roma sai da Cidadania para disputar o governo da Bahia. Em seu lugar, entra Ronaldo Vieira Bento, que chefiava a assessoria de Assuntos Estratégicos da pasta. Ele é servidor público de carreira do Executivo Federal desde 2005.
Ministério da Ciência e Tecnologia
Marcos Pontes disputa uma vaga na Câmara dos Deputados por São Paulo. Na chefia da pasta, será substituído por Paulo Alvim, agora ex-secretário de Inovação do Ministério.
Na década de 1990, Alvim foi secretário geral adjunto do Ministério da Educação, secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Governo do Distrito Federal.
"Eu já conversei com um presidente e, na verdade, já está definido o nome. É o Paulo (Alvim), nosso secretário de Empreendedorismo e Inovação. Ele deve assumir aqui no meu lugar para esses seis meses. Acho que o cara tem todas as qualidades, mais de 40 anos de experiência no mercado de empreendedorismo. Ele conhece muito bem todos os projetos que a gente desenvolve no ministério", disse Marcos Pontes ao jornal O Globo, na quarta-feira (30).
Secretaria de Governo
Na Secretaria de Governo, sai Flávia Carolina Péres, pré-candidata ao Senado no Distrito Federal, e entra Célio Faria Junior, ex-chefe do gabinete pessoal de Bolsonaro e ex-assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República. Faria Junior é servidor público vindo da Marinha.
Outras exonerações
Nesta quinta-feira (31) também foram exonerados Jorge Seif, do cargo de Secretário de Aquicultura e Pesca; Alexandre Ramagem Rodrigues, do cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Mário Frias, do cargo de Secretário Especial de Cultura; e Sérgio Camargo, da presidência da Fundação Cultural Palmares.
Até o momento, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, principal nome cotado para assumir o posto de vice na chapa à reeleição de Bolsonaro, não foi exonerado.
Edição: Vivian Virissimo