Desde 2001, servidores públicos da cidade de São Paulo recebem 0,01% de reajuste salarial anual. Apenas nos últimos sete anos, os trabalhadores calculam que as perdas pela inflação estão acumuladas em mais de 45%.
Acabar com essa política de reajuste zero será o ponto principal da campanha salarial unificada dos servidores municipais, que se inicia neste mês. O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), Sérgio Antiqueira, destaca que não existe justificativa para a manutenção dessa política e que o prefeito teve um grande reajuste salarial, em janeiro deste ano
Outro ponto favorável aos servidores é um levantamento da Federação dos Trabalhadores da Administração e dos Serviços Públicos Municipais de São Paulo, que mostra que a capital paulista investe apenas 30% das receitas na folha de pagamento
A Lei de Responsabilidade Fiscal limita os gastos com pessoal a até 54% da receita, o que mostra que o governo do prefeito Ricardo Nunes, do MDB, tem uma boa margem para valorizar os trabalhadores.
Antiqueira explica ainda que as reestruturações de carreira, como feitas na gestão de Fernando Haddad e, mais recentemente, na gestão Nunes, são importantes, mas não resolvem o déficit nos salários. Isso porque esse procedimento não atinge todos os servidores, ficando restrito, normalmente, aos pisos das categorias do funcionalismo e o restante acaba ficando com o 0,01%.
Os servidores apresentaram a pauta de reivindicações assinada por 12 entidades de representação dos trabalhadores no último dia 11. E no próximo dia 8, está marcada uma manifestação dos servidores para cobrar um posicionamento do governo Nunes sobre a pauta.
Dentre as reivindicações está o reajuste de 45,14% nos salários de todos os servidores, para repor as perdas dos últimos 7 anos;
A realização de concursos públicos e o fim dos processos de terceirização, privatizações, concessões, dos contratos com organizações sociais. A revogação do desconto previdenciário de 14% sobre a parte dos salários dos aposentados e pensionistas que ultrapasse o valor do salário-mínimo;
O aumento no vale alimentação, proporcional por categoria;
E a garantia de uma revisão geral anual plena, para todo o funcionalismo público da capital paulista, proposta que passa pela necessidade de aprovação de uma lei na Câmara Municipal.
Na tarde de quinta-feira (31), no entanto, o clima entre o Sindsep e a prefeitura tensionou. Segundo a entidade, o vice-presidente João Gabriel Buonavita foi retirado à força, por seguranças, de uma sala onde conversava com servidores sobre a campanha salarial.
Ele teve de ficar fora do prédio, aguardando uma autorização de entrada, porém, só foi permitido que deixasse o material da campanha salarial.
O Sindsep repudiou a repressão contra o vice-presidente e considerou a ação uma violência.
Confira as principais notícias desta sexta (01/04), no áudio acima.
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