Andor Stern, o único sobrevivente do Holocausto nascido no Brasil, morreu nesta quinta-feira (7), aos 94 anos de idade, na cidade de São Paulo.
Stern nasceu na capital paulista e ainda criança mudou-se com a família para a Hungria, terra natal dos pais. Com o início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), por serem judeus, o brasileiro e a a família foram levados para o campo de extermínio nazista de Auschwitz, na Polônia. Ali, Stern foi separado dos seus familiares, que nunca mais viu.
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Stern também passou pelo campo de concentração de Dachau, até que, no final de abril de 1945, o local foi libertado por soldados dos Estados Unidos.
O brasileiro sobreviveu e, no final da guerra, recuperou a liberdade. Ele viveu na Hungria durante mais alguns anos e depois mudou-se de forma permanente para o Brasil.
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"Andor dedicou grande parte de seu tempo às suas palestras sobre o Holocausto, ensinando os horrores do período para que não se neguem nem se repitam, e motivando as pessoas a valorizarem e agradecerem a vida e a liberdade", disse sua família em nota divulgada nas redes sociais.
O seu testemunho também foi imortalizado no documentário Não Mais Silêncio, de Marcio Pitliuk e Luiz Rampazzo. A causa da morte de Stern não foi revelada.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) afirmou em seu site que "lamenta sentidamente" a morte de Stern, "que deu grande contribuição à sociedade dedicando parte de sua vida a relatar os horrores do Holocausto".
Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas tenham sido mortas em Auschwitz, a grande maioria judeus.