A direção nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) formalizou a indicação do ex-governador Geraldo Alckmin como vice na chapa do ex-presidente Lula (PT) para o pleito de outubro com uma carta entregue ao petista, nesta sexta-feira (8). A mensagem é assinada por Carlos Siqueira, presidente do PSB. Clique aqui e faça download da íntegra do documento.
"Para somar potência e amplitude à resistência contra o autoritarismo que será liderada pelo companheiro Lula, o PSB propõe para compor a chapa o nome do companheiro Geraldo Alckmin. Suas qualidades são conhecidas e reconhecidas, dentre as quais cabe destacar uma vida pública longeva e honrada, a perseverança na defesa da democracia e das práticas que Ihe correspondem, o equilíbrio daqueles que acreditam no diálogo entre diferentes, a tranquilidade dos que almejam o bem público", escreve Siqueira.
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A carta cita que "o Brasil vive seguramente o momento mais difícil do período da redemocratização, iniciado em 1985" e que "o que estará em questão nas eleições de 2022 é o confronto decisivo entre democracia e autoritarismo". O documento tece críticas ao ex-presidente Michel Temer (MDB) e ao atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL).
"Todas e quaisquer chapas que venham a se formar para disputar a Presidência da República são devedoras para com os brasileiros, em termos desses direitos e expectativas, todos eles concretos, objetivos, palpáveis. Apenas uma, contudo, pode entregar à população o muito que, com toda legitimidade, ela exige. Temos convicção absoluta de que esta chapa é a que se consolidará com as candidaturas dos companheiros Lula e Geraldo Alckmin", finaliza o presidente da legenda socialista.
Leia a íntegra:
Carta do PSB a Lula, entregue nesta sexta-feira (8) / Reprodução
Carta do PSB a Lula, entregue nesta sexta-feira (8) / Reprodução
Reunião em São Paulo com pronunciamento de Lula
Dirigentes dos dois partidos se reuniram, nesta sexta-feira (8), em São Paulo, em mais uma sinalização que aponta para uma aliança nas eleições presidenciais de outubro. Para sacramentar a união, a direção do PT precisa aprovar o nome do ex-tucano, o que deve ocorrer antes do final deste mês.
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A indicação do ex-tucano que vem sendo costurada desde o ano passado. Em dezembro, Alckmin e Lula fizeram uma aparição pública juntos, em jantar do Grupo Prerrogativas, indicando a aliança para o pleito presidencial.
No final da reunião, Lula fez um curto pronunciamento com elogios a Alckmin. O ex-presidente disse que a tônica da união entre os dois é a capacidade de dialogar "com o mesmo respeito" com todos os setores da sociedade.
"Teremos o mesmo respeito com um catador de papel que está nas ruas do país e o empresário do mais alto quilate. Vamos tratar com o mesmo respeito um trabalhador sem-terra e um grande fazendeiro. Vamos governar o país para todos, mas as pessoas precisam saber que nosso coração estará voltado às pessoas que mais necessitam", declarou o ex-presidente.
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Lula ainda relembrou o posto de vice-governador ocupado por Alckmin sob liderança de Mário Covas. "O Geraldo Alckmin foi vice do Covas por seis anos, foi governador e tem experiência política. Nós vamos precisar da minha experiência e da experiência do Alckmin para reconstruir o país, conversando com toda a sociedade brasileira", disse.
"É plenamente possível duas forças com projetos diferentes, mas com princípios iguais, se juntarem em um momento de necessidade do povo. Agradeço aos companheiros do PSB", declarou Lula.
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Escolha do vice
Em novembro do ano passado, o Brasil de Fato mostrou que Alckmin era um dos favoritos para ocupar o posto de vice de Lula. Na ocasião, a reportagem apresentou nomes que eram tratados como possíveis alternativas à época, como o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB).
Depois de ser cortejado por outros legendas, como o Solidariedade e o PV, Alckmin sacramentou a entrada no PSB há duas semanas. Na cerimônia de filiação, teceu fortes elogios a Lula. "Lula representa a própria democracia", afirmou.
Com a confirmação da ida ao PSB e a formalização na indicação do ex-governador como vice, é cada vez mais remota uma reviravolta na escolha do companheiro de chapa de Lula. Nas últimas semanas, Lula também fez uma série de elogios ao antigo oponente.
Setores do PT e da esquerda contestam a escolha de Alckmin por seu apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e por casos de repressão a movimentos populares de São Paulo. Porém, a vontade de Lula deve prevalecer.
Edição: Rodrigo Durão Coelho
