TENSÃO NA EUROPA

Canal do parlamento russo é bloqueado pelo YouTube, e Boris Johnson faz visita surpresa a Kiev

Página da Duma TV na plataforma foi retirada do ar por violações ao Termo de Serviço; autoridades russas acusam censura

Brasil de Fato| Recife(PE) |
Encontro entre os dois líderes não estava previsto em agenda pública - Reprodução/Twitter - Embaixada da Ucrânia no Reino Unido

O canal da Duma TV, emissora do parlamento russo, foi bloqueado pelo YouTube neste sábado (9). A Alphabet, conglomerado do qual o Google suas subsidiárias fazem parte, disse que os conteúdos do canal violavam o Termo de Serviço da plataforma. 

As autoridades russas, no entanto, disseram que a decisão se trata de uma ação da Casa Branca e que a produção da Duma TV cumpre um papel importante da transmissão dos conteúdos da Câmara Baixa do Parlamento. 

O presidente da Câmara Baixa, Viacheslav Volodin, explicou as características do canal. "A Duma TV é uma organização autônoma, sem fins lucrativos e está dedicada ao trabalho da Câmara Baixa no Parlamento. Suas páginas nas redes sociais e o seu site transmitem reuniões ao vivo, publicam vídeos e comentários dos deputados".

Ele acusou que havia uma influência dos Estados Unidos nesta decisão. "Os Estados Unidos querem ter o monopólio da informação. Não podemos permitir". afirmou em sua conta no Telegram. 

Por meio da assessoria de imprensa, o Google informou que o "Google cumpre todas as sanções aplicáveis ​​e leis de conformidade comercial. Se descobrirmos que uma conta viola os termos de serviço, tomaremos as medidas apropriadas". 

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Visita surpresa 

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, fez uma visita ao presidente Ucraniano Volodimir Zelensky, neste sábado (9). O assunto da reunião ainda não foi revelado. 

A Embaixada da Ucrânia no Reino Unido fez uma postagem no Twitter registrando a visita e dizendo que foi "surpresa". Segundo informações de assessores divulgadas pela imprensa internacional, o encontro não estava previsto na agenda pública dos dois líderes. 



 

Entenda o conflito

Sob a justificativa de “desmilitarizar e desnazificar" o país, a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro. Desde então, a guerra que também envolve disputas sobre os limites da expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o mercado de energia na Europa, já resultou em mais de 4,2 milhões de refugiados. 

O conflito já custou a vida de 1.480 civis ucranianos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). 

O número de militares mortos é controverso, já que cada lado apresenta uma contabilidade diferente. Enquanto a Otan estima que entre 7 a 15 mil soldados russos tenham sido mortos, Moscou afirmou em sua última atualização que 1.351 militares perderam a vida.

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A guerra afeta a economia global e contribui para a disparada no preço do trigo, fertilizantes e petróleo, já que os dois países envolvidos no conflito têm importância no comércio mundial destes itens. De acordo com a ONU, o preço do trigo subiu 22% em março deste ano e o preço do barril de petróleo está mais de 60% mais caro em abril deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado. 

Estados Unidos e União Europeia aplicaram sanções sem precedentes contra a Rússia e tentam pressionar a China a seguir o mesmo caminho. Pequim, todavia, tem uma firme aliança com Moscou e afirma que não concorda com as sanções.

As negociações para alcançar a paz, até o momento, não trouxeram resultados. Apesar de sinalizações de avanços após um encontro mediado pela Turquia ser realizado em Istambul no final de março, a guerra continua.

Edição: Raquel Setz