O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, nesta quinta-feira (14), a compra de próteses penianas pelo Exército brasileiro. Ele disse que os militares podem ter feito algum procedimento cirúrgico e, por isso, há justificativa para a licitação. As declarações foram dadas durante a live semanal, que é transmitida em suas redes sociais.
"Foram duas [próteses] compradas e depois abriu-se a licitação para mais 30, mas não compraram. Foi colocada uma margem a mais dessas duas. Mas para que usar isso? Às vezes o cara fez uma cirurgia de próstata e tem disfunção erétil, por que não dar uma prótese para ele?", falou o chefe do Executivo.
O presidente ainda justificou a compra de outros dois itens, após o Exército ser criticado. "O Viagra é usado para hipertensão arterial. A questão do botox, o botox é usado para patologias neurológicas, espasmos", argumentou.
A primeira polêmica envolvendo licitações no Exército diz respeito aos processos para adquirir 35.320 comprimidos de Viagra para atender às Forças Armadas. O remédio costuma ser usado para tratar disfunção erétil. No entanto, o governo aponta que o medicamento será usado para tratar Hipertensão Pulmonar Arterial (HPA).
Após a revelação, outros itens inusitados também foram encontrados em licitações das Forças Armadas, como botox e prótese peniana.
Na live, Bolsonaro criticou a imprensa por revelar essas licitações. “Eu fiquei chateado, não como capitão do Exército, mas como cidadão brasileiro [por] parte da mídia atacar as Forças Armadas: ‘compraram Viagra’. Ô, jornalistas, pelo amor de Deus. O Viagra é usado contra hipertensão arterial, entre tantas outras coisas”, disse.
Voto impresso
Com as eleições se aproximando, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o voto impresso. Ele parabenizou a França por ter usado papel durante o 1º turno do pleito eleitoral, neste final de semana.
“Parabéns à França. Um país muito mais desenvolvido do que nós votando no papel. Que exemplo para nós brasileiros", disse. Por diversas vezes, Bolsonaro atacou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmando que pode haver fraude nas eleições por causa da urna eletrônica. No entanto, ele nunca mostrou provas disso.
“Aqui tem um pessoal que fala: ‘meu sistema é inviolável’, mas, quando o Exército apresenta sugestões para aperfeiçoar o sistema, o pessoal carimba ‘confidencial’, diz que não se pode demonstrar tudo que está ali porque algum hacker pode entrar. Então, a urna não é inviolável, é penetrável sim”, declarou durante a live.
PL das Fake News
Outro assunto polêmico também foi comentado por Bolsonaro em transmissão nas redes sociais. O Projeto de Lei nº 2.630/20, conhecido como PL das Fake News. O presidente, que é contrário à medida, afirmou que tem pedido para aliados que votaram a favor da iniciativa votarem "não" quando a urgência for apreciada.
“Pelo que estou sabendo, parece que a urgência será reapreciada. Eu peço aos deputados que votaram sim que não repitam o voto. Afinal, quem quer aprovar esse projeto? Por coincidência, três ministros do STF [Supremo Tribunal Federal], que são os mesmos que estão no TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e têm interesse em censurar as redes sociais”, alfinetou, em referência aos ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
O presidente ainda disse que a ex-ministra da Agricultura do governo Bolsonaro, a deputada federal Tereza Cristina (PP-MS), “se equivocou” ao votar "sim" na última votação sobre o tema.
“Tenho falado com alguns parlamentares que votaram sim, alguns de forma equivocada, como uma deputada de Mato Grosso do Sul, minha amiga, que já falou que se equivocou. Foi a Tereza Cristina, que não vai votar mais sim nessa urgência”, pontuou.
Edição: Rodrigo Durão Coelho