O químico José Mauro Ferreira Coelho, 57 anos, será o novo presidente da Petrobras. Indicado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) ao cargo, Coelho acabou eleito pelo conselho de administração da estatal para vaga. Assume, assim, o lugar do general da reserva Joaquim Silva e Luna, demitido pelo governo em meio à crise criada pela aumento dos combustíveis. A posse de Coelho deve ocorrer ainda nesta quinta.
Antes de chegar à Petrobras, o novo presidente da estatal foi secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (MME) e diretor de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal voltada a pesquisas sobre energia elétrica, combustíveis e outros temas. Também foi presidente do conselho de administração da Pré-Sal Petróleo (PPSA), estatal responsável por representar o governo nos contratos de partilha da produção do pré-sal, que dão à União parte do petróleo extraído.
Coelho foi indicado à presidência depois da desistência do consultor Adriano Pires, que era o favorito do governo para presidir a Petrobras. Porém, sua relação com petroleiras privadas levantou questionamentos sobre eventuais conflitos de interesse.
O Brasil de Fato noticiou neste mês que Pires trabalhou num processo contra a Petrobras a serviço de uma associação de empresas cujas filiadas lucram com o aumento do combustível no país. Essas empresas, brasileiras e estrangeiras, fazem parte da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustível), que denunciou a Petrobras ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para forçar a estatal a vender gasolina e diesel com preços baseados no mercado internacional.
O nome de José Mauro Ferreira Coelho foi aprovado duas vezes na estatal para que ele pudesse assumir a presidência. Na quarta-feira (13), uma assembleia geral de acionistas o elegeu como membro do conselho de administração da companhia. Já nesta quinta (14), o próprio conselho o escolheu como presidente.
Na mesma assembleia de acionistas foi aprovada a política de pagamento de dividendos da Petrobras, que são parte do lucro da companhia divido entre quem tem ações. Em 2021, a Petrobras registrou lucro recorde de R$ 106 bilhões – 1.400% a mais do que em 2020. O aumento tem relação com as altas nos preços dos combustíveis vendidos pela empresa no mercado nacional.
Edição: Felipe Mendes