O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) quer que o Ministério da Defesa revele quem são os oficiais do Exército responsáveis por operar uma rede de desinformação sobre a Amazônia na internet.
Em requerimento ao ministro Paulo Sergio Nogueira, o parlamentar questiona quais medidas foram adotadas após a divulgação de um relatório da Meta, grupo que controla o Facebook, que apontou dois militares da ativa como os donos dos perfis falsos, mas não revelou as identidades.
:: Militares controlavam perfis falsos que espalhavam mentiras sobre a Amazônia ::
O grupo divulgava estatísticas e notícias incorretas sobre o desmatamento, retratando o governo brasileiro e os militares de forma positiva. Foram deletados 14 perfis falsos, nove páginas, além de 39 contas no Instagram e outras no Twitter. Ao todo, as contas tinham 25 mil seguidores.
Silva afirma que os oficiais podem ter descumprido "preceitos da ética militar" e, em tempos de fake news, lembrou o papel estratégico das Forças Armadas na defesa da segurança da informação.
O deputado sugere ainda abertura de um procedimento administrativo e disciplinar e perguntou como o Ministério da Defesa pretende punir os envolvidos. "Queremos saber quem são os criminosos e as ações adotadas", escreveu em uma publicação no Twitter.
🚨 ATENÇÃO!!! Apresentei Requerimento exigindo informações do Min. da Defesa sobre relatório do Facebook, que descobriu uma rede de perfis falsos, operada por militares, que espalhava fake news sobre questões ambientais. Queremos saber quem são os criminosos e as ações adotadas! pic.twitter.com/kJyjj4n1qV
— Orlando Silva (@orlandosilva) April 13, 2022
Exército diz que não fomenta desinformação
Em nota oficial divulgada pelo Exército na última semana, a corporação informou que tomou conhecimento pela imprensa e afirmou que "não fomenta a desinformação por meio das mídias sociais".
Disse ainda que "obedece as políticas de uso das empresas responsáveis por essas plataformas" e informou que entrou em contato com a Meta para pedir "acesso aos dados que fundamentaram o relatório, no que diz respeito à suposta participação de militares nas atividades descritas".
"Finalmente, cabe ressaltar que a instituição requer de seus profissionais o cumprimento de deveres militares, tais como o culto à verdade, a probidade e a honestidade", finaliza a nota.
Assista ao vídeo:
Edição: Rodrigo Chagas