A Rússia iniciou uma nova ofensiva da guerra na Ucrânia, concentrando a operação militar no leste do país vizinho. O Ministério da Defesa russo informou que foram realizados 1.260 ataques durante a madrugada desta terça-feira (19).
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, anunciou o início da "próxima fase de uma operação especial" na Ucrânia, que tem como objetivo "completar a libertação" das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou na última segunda-feira (18) que o exército russo estava iniciando uma nova ofensiva sobre a região de Donbass. De acordo com ele, uma "parte muito grande de todo o Exército russo está agora focada nesta ofensiva". "Não importa quantas tropas russas eles enviem para lá, nós vamos lutar. Vamos nos defender", acrescentou, destacando que não irá entregar nenhum território ucraniano.
A nova fase da operação das tropas russas nas regiões de Donetsk e Lugansk é encarada como uma investida para estabelecer o controle total na região leste do país vizinho e garantir um êxito militar para o Kremlin, na medida em que os planos para tomar o controle de Kiev teriam falhado.
Ao mesmo tempo, as forças armadas russas iniciaram um ataque ao complexo industrial Azovstal, em Mariupol, no sul da Ucrânia, pedindo aos militares ucranianos para se render. A região está sob cerco russo há semanas e o seu controle é um dos principais objetivos da operação militar russa.
Entenda o conflito
Sob a justificativa de “desmilitarizar e desnazificar" o país, a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro. Desde então, a guerra que também envolve disputas sobre os limites da expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o mercado de energia na Europa, já resultou em mais de 4,2 milhões de refugiados.
O conflito já custou a vida de 1.480 civis ucranianos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Os números de militares mortos são controversos já que cada lado apresenta uma contabilidade diferente. O conflito afeta a economia global e contribui para a disparada no preço do trigo, fertilizantes e petróleo por conta da importância dos países envolvidos no conflito no comércio mundial destes itens.
Estados Unidos e União Europeia aplicaram sanções contra a Rússia e tentam pressionar a China a seguir o mesmo caminho. Pequim, todavia, tem uma firme aliança com Moscou e afirma que não concorda com as sanções.
As negociações para alcançar a paz, até o momento, não trouxeram resultados. Apesar de sinalizações de avanços após um encontro mediado pela Turquia ser realizado em Istambul no final de março, a guerra continua.
Edição: Rodrigo Durão Coelho