Na terça-feira (19), integrantes da Frente Nacional de Lutas (FNL) se manifestaram, em frente ao Palácio do Buriti, contra o despejo das famílias do Acampamento Florestan Fernandes, localizado na região da Torre Digital, em Brasília.
De acordo com a campanha Despejo Zero, o acampamento, que possui cerca de 300 famílias com crianças e idosos, foi alvo de derrubadas ilegais no dia 7 de abril. Nas redes sociais, a campanha escreveu que o “governo precisa chegar com diálogo, políticas de assistência e proteção, mas quando se trata da situação dos mais pobres, isso não existe”.
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A organização destaca que o caso reforça a necessidade de “compreendermos os conflitos fundiários aliados às tensões socioambientais no território, e como isso é utilizado pelo Estado como dispositivo de legitimação de diversas violações”.
O coordenador nacional da Frente Nacional de Lutas, Manoel Conceição, disse que a derrubada é ilegal uma vez que há decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendendo despejos no país até junho deste ano. Para ele, é urgente encontrar uma "saída para as famílias".
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No dia 30 de março, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, prorrogou os efeitos da medida cautelar da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 828, que suspende os despejos e remoções durante a pandemia de Covid-19.
A Campanha Despejo Zero aponta que mais de 132 mil famílias por todo o Brasil estão ameaçadas de despejo, e que durante a pandemia mais de 27.600 famílias foram removidas de seus lares. “A insegurança habitacional cresceu em 602% nos últimos dois anos”, ressalta.
:: São Paulo, Amazonas e Pernambuco concentram maior número de pessoas que podem sofrer despejo ::
Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino