A Rússia anunciou, nesta quinta-feira (21), que tomou o controle de Mariupol, no sul da Ucrânia. A cidade portuária, principal acesso ao Mar de Azov, foi a zona quente de combates entre tropas russas e ucranianas no último mês. No último domingo (17), o exército russo havia dado um ultimato às forças ucranianas. "Todos os que depuserem suas armas têm a garantia de que suas vidas serão poupadas", publicaram em comunicado.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenski negou a rendição e solicitou mais armamento à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Nesta quinta, a Casa Branca aprovou um novo empréstimo de U$ 800 milhões (cerca de R$ 4 bilhões) para a compra de drones, munição e outros equipamentos militares para a Ucrânia.
"Estamos em uma janela crítica do tempo em que eles vão preparar o terreno para a próxima fase desta guerra", disse o presidente Joe Biden.
:: Conflito Rússia x Ucrânia | Veja cobertura especial ::
O ministério de Defesa da Rússia informou que havia cerca de 8.100 efetivos ucranianos na região, sendo que cerca de 2 mil permanecem entrincheirados nas proximidades.
"Os últimos nacionalistas se refugiaram na zona industrial de Azovstal", afirmou o ministro da Defesa russo Serguéi Shoigú.
A guerra na Ucrânia completa quase dois meses, somando milhares de vítimas e 4,9 milhões de refugiados, de acordo com a Agência de Refugiados da ONU (Acnur).
:: Entenda quais são as origens do separatismo russo na Ucrânia ::
Há dois dias, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, enviou cartas aos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pedindo para ser recebido em suas respectivas capitais.
Guterres solicitou os encontros para "discutir medidas urgentes para trazer a paz na Ucrânia e o futuro do multilateralismo com base na Carta das Nações Unidas e no direito internacional".
Na última quarta-feira (20), a Rússia anunciou uma nova fase da sua operação militar especial, com o objetivo de garantir a independência completa das repúblicas populares de Donestk e Lugansk – movimentos separatistas no leste ucraniano.
Para especialistas russos, a perspectiva é que os ataques na região de Donbass se intensifiquem nas próximas semanas, já que 9 de maio, considerado o Dia da Vitória do exército vermelho contra o nazifascismo na 2ª Guerra Mundial, seria a data propícia para Putin declarar o fim do conflito com a Ucrânia.
* Com informações de Russia Today, Sputnik e Reuters
Edição: Glauco Faria