Após comprar 100% das ações da rede social Twitter numa operação de US$ 44 bilhões, o nome de Elon Musk voltou a rodar a imprensa internacional. Com declarações controversas sobre "liberdade de expressão" e ataques diretos à própria rede social, Musk utiliza o algoritmo a seu favor para aumentar sua popularidade e sua riqueza.
Em agosto de 2018, Musk anunciou que venderia a Tesla por US$ 420 por ação. O tweet fez as ações da empresa valorizarem mais de 15% em apenas um dia. A venda, no entanto, nunca aconteceu. O empresário chegou a ser penalizado pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) com uma multa de US$ 20 milhões por "enganar investidores".
Em 2020, após ser acusado de ter participado dos planos golpistas que terminaram com a destituição do governo de Evo Morales na Bolívia, Musk escreveu "vamos dar golpe em quem quisermos, lide com isso", reafirmando seu interesse nas reservas bolivianas de lítio - mineral usado como base para desenvolver baterias e carros elétricos da Tesla. Atualmente, a Austrália é a principal fornecedora de lítio para a companhia.
Em abril de 2021, o bilionário que também é dono da maior parte das reservas da criptomoeda Dogecoin afirmou que enviaria a moeda para a lua, em uma viagem da sua agência espacial, a SpaceX. A mensagem serviu para valorizar a criptomoeda em 29%.
SpaceX is going to put a literal Dogecoin on the literal moon
— Elon Musk (@elonmusk) April 1, 2021
Em outubro, uma foto de um filhote da raça Shiba Inu, que também dá nome a outra criptomoeda, fez a moeda digital ter 150% de incremento. A foto teria desatado a especulação no mercado de que Musk passaria a investir pesado na cripto Shiba.
Floki Frunkpuppy pic.twitter.com/xAr8T0Jfdf
— Elon Musk (@elonmusk) October 4, 2021
Já em novembro do mesmo ano, Musk fez uma enquete no Twitter perguntando aos seus seguidores se ele deveria vender 10% das suas ações na Tesla. Apesar de 58% dos votos serem pelo "sim", o empresário, novamente, não concretizou a venda das ações.
Much is made lately of unrealized gains being a means of tax avoidance, so I propose selling 10% of my Tesla stock.
— Elon Musk (@elonmusk) November 6, 2021
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As empreitadas de Elon Musk
Natural de Petroria, África do Sul, mas naturalizado canadense e estadunidense, Elon Reeve Musk é o primogênito de três filhos de Maye e Errol Musk. A mãe é canadense e foi modelo e nutricionista, enquanto o pai era engenheiro eletromecânico, piloto, marinheiro sul-africano, e já foi proprietário de metade de uma mina de esmeraldas na Zâmbia, perto do Lago Tanganica, durante a década de 1980.
Antes de tornar-se um "empresário de sucesso", Musk herdou parte da venda da mina de esmeraldas do pai.
Aos 50 anos, Elon Musk é considerado o homem mais rico do mundo, com um patrimônio avaliado em US$ 282 bilhões (R$ 1,4 trilhão), segundo a revista Forbes. Durante a pandemia mundial de covid-19, Musk aumentou sua fortuna em 70%, ganhando US$ 114 bilhões (R$ 567 bilhões) somente em 2021.
:: Artigo | Pandemia de bilionários e miseráveis ::
Em 1982, com 11 anos, criou seu primeiro jogo de vídeo game, que acabou sendo vendido para uma empresa sul-africana por US$ 500.
Aos 17 anos, mudou-se para o Canadá para estudar física e economia na Queen's University de Ontario. Em 1992, transferiu seus estudos para os Estados Unidos, na Universidade da Pensilvânia e, mais tarde, fez um pós-doutorado em física na Universidade de Stanford, Califórnia.
Em 1995, fundou a Global Link Information Network, uma companhia que inicialmente ajudava outras empresas a criarem seus sites, mas que depois se especializou em ajudar jornais a criarem guias online de cidades. Sete anos depois vendeu a empresa, já com o nome de Zip2, por US$ 300 milhões e decidiu criar um banco online, chamado x.com, e que mais tarde se converteu na plataforma PayPal.
Em 2002, a eBay adquiriu a PayPal por US$ 1,5 bilhão, dos quais Musk recebeu US$ 165 milhões. Antes da venda, Musk detinha 11,7% das ações do PayPal, sendo o acionista majoritário da empresa.
No mesmo ano, Elon Musk fundou a Space Exploration Technologies (SpaceX), com sede na Califórnia. O foco da empresa é desenvolver aeronaves espaciais. Os dois primeiros veículos de lançamento da empresa são os foguetes Falcon 1 e Falcon 9 e sua primeira nave espacial é a Dragon.
Em 2008, o foguete Falcon 1 foi o primeiro veículo de financiamento privado a colocar um satélite em órbita. Já em 2012, a Dragon foi a primeira aeronave de empresa privada a aterrissar na Estação Espacial Internacional.
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A SpaceX ganhou o acordo para construir a nave da NASA que pretende levar astronautas à Lua até 2030 e, com isso, tornou-se uma das maiores empresas espaciais do mundo, avaliada em US$ 21,2 bilhões.
Nas palavras do próprio Musk, a prioridade número da SpaceX é desenvolver a Starship, com a qual espera "colonizar Marte".
O empresário também é sócio majoritário da Tesla Motors, fundada em 2003, com sede em Delaware, com foco na produção de veículos elétricos e baterias de alto rendimento. Avaliada em US$ 834 bilhões, é a empresa com maior valor de mercado na indústria automotiva dos Estados Unidos.
Antes disso, durante a crise de 2008, a empresa recebeu um empréstimo de US$ 456 milhões da Reserva Federal dos EUA para evitar sua falência.
Além da primeira unidade em Delaware, a Tesla possui uma "fábrica gigante" em Nova York, para a produção de placas fotovoltaicas, outra no estado de Nevada e uma filial em Xangai, na China.
Musk é dono da The Boring Company, especializada em perfuração de túneis. Em 2018 escavou o primeiro túnel em Los Angeles, numa obra que custou US$ 10 milhões. A via conecta o Las Vegas Convention Center com os principais hotéis da cidade. Segundo a empresa, o sistema deve ter a capacidade de transportar até 4 mil passageiros por hora, que seriam levados em carros Model 3 e Model X da Tesla.
O magnata também criou a Hyperloop Transportation Technologies, que busca desenvolver um trem de alta velocidade que seria transportado através de tubos de baixa pressão com ondas eletromagnéticas.
Além disso, fundou duas empresas para desenvolvimento de Inteligência Artificial, a OpenAI, criada em 2015, e a Neuralink, inaugurada em 2016, com foco em neurotecnologia para integrar o cérebro humano com inteligência artificial. Segundo a empresa, o objetivo é encontrar a cura para doenças neurológicas como Alzheimer e Parkinson.
Edição: Arturo Hartmann