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A culpa pelo alto custo de vida não é da guerra! É de Bolsonaro!

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No mês passado, além dos combustíveis, os itens que mais subiram foram: Tomate (27,2%), cenoura (31,5%), leite (9,3%), óleo de soja (8,9%), frutas (6,4%), pão francês (2,3%) - Evaristo Sá / AFP
Para superar essa situação é preciso tirar Bolsonaro do governo

Está insustentável e insuportável viver sob o governo Bolsonaro! Afora os ataques constantes à democracia, o desgoverno provoca um custo de vida muito alto. A cada dia fica mais difícil comprar alimentos, remédios, usar o transporte público; pagar escola privada tornou-se opção para poucos.

O custo da cesta básica aumentou 48,3% de fevereiro de 2019 a fevereiro desse ano. Os alimentos essenciais para a vida dos brasileiros passaram, em média, de R$ 482,40, para R$ 715,65 nesse período. A alta é o dobro da inflação acumulada, de 21,5%, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Segundo o IBGE, a inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 11,3%, a maior dos últimos 27 anos. É uma das maiores altas desde que o Plano Real foi criado e possibilitou a estabilização da inflação.

Grande parte desse aumento todo se deu num período em que não havia conflito na Ucrânia, portanto, o argumento de que a guerra é responsável pela carestia não se sustenta.

A guerra pode ter aumentado os preços no mundo todo, mas essa alta é muito maior no Brasil. Para fugir da responsabilidade pelo péssimo governo que faz e criar o caos toda vez que aparece um escândalo, Bolsonaro inventa uma crise com os demais poderes para desviar o foco dos verdadeiros problemas do país. E cada vez que essas crises são criadas, o dólar sobe um pouco mais e, com ele, aumenta o preço dos combustíveis, gerando uma reação em cadeia que vai desde o preço do arroz, do feijão, das frutas, legumes e da carne, até transporte público e outros itens do dia a dia dos brasileiros.

No mês passado, além dos combustíveis, os itens que mais subiram foram: Tomate (27,2%), cenoura (31,5%), leite (9,3%), óleo de soja (8,9%), frutas (6,4%), pão francês (2,3%). Como transporte e alimentos têm participação importante na cesta básica do IBGE para medir o índice, esses dois grupos contribuíram com cerca de 72% do IPCA de março. Isso mostra que a inflação é muito mais alta para os pobres, que usam transporte público e praticamente todo o salário é gasto com alimentação.

Outro item de primeira necessidade que não para de subir é o gás de cozinha. Só no mês de março o gás de botijão teve alta de 6,6%. Esses aumentos, principalmente do combustível e do gás de cozinha, podiam ser perfeitamente evitáveis se o governo determinasse outra política de preços para a Petrobras. Hoje, os preços aumentam toda vez que aumenta o dólar.

O melhor seria desvincular o preço dos combustíveis no Brasil do valor do dólar, porque o país é autossuficiente em petróleo. A Petrobras só existe porque houve grande investimento público na empresa que, hoje, é altamente lucrativa. Só neste ano, distribuiu, a título de dividendos para seus acionistas, o valor de R$ 37,3 bilhões, algo nunca visto na história da empresa. Isso deixa claro que o objetivo do governo é garantir lucro máximo para quem já é rico e deixar o povo mais na miséria a cada dia.

Para superar essa situação, que está deixando a vida da população cada dia mais difícil, é preciso tirar Bolsonaro do governo. Por isso, existe uma grande unidade em torno da candidatura do presidente Lula. Este sim, fez governos que melhoraram a vida do povo, com comida na mesa, escola pública de qualidade e trabalho para a grande maioria dos brasileiros. Essas são coisas que estão tirando do povo mas que precisamos reconquistar.

 

*Vanessa Grazziotin é ex-senadora da República e membro do Comitê Central do PCdoB. Leia outros artigos.

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Felipe Mendes