O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, enviou na quinta-feira (28) ao Congresso uma proposta de reforma eleitoral. O texto prevê reduzir de 11 para sete diretores do Instituto Nacional de Eleições e Consultas (INEC), que deverão ser eleitos por voto popular a partir de uma lista de nomes indicados pelos três poderes. Também propõe a extinção de 32 organismos públicos locais eleitorais, deixando as eleições a cargo dos tribunais eleitorais de cada estado, e a modernização de todo o sistema, implementando a urna eletrônica.
Para o Legislativo, propõe reduzir o número de deputados de 500 para 300 e passar de 128 para 96 senadores. Com a medida, o mandatário diz que visa atender demandas populares de diminuição de "gastos exorbitantes" com campanhas eleitorais.
"Não há intenção de impor um partido único, o que queremos é que haja uma autêntica democracia no país, acabar com as fraudes eleitorais e que o povo eleja livremente os seus governantes", disse López Obrador, que qualificou o sistema eleitoral mexicano como o mais fraudulento do mundo.
O diretor da Agência Nacional de Aduanas, Horacio Duarte Olivares, sustenta que a proposta representará uma economia de US$ 1,17 milhões aos cofres públicos.
"Buscamos tornar a democracia mexicana mais barata. É uma reivindicação antiga das pessoas e o dinheiro que podemos economizar pode ser destinado a assuntos sociais, de infraestrutura e educação", afirmou.
A oposição de direita criticou e disse que votará contra a proposta. Os tradicionais Partido Revolucionario Institucional (PRI), o Partido Ação Nacional (PAN) e Partido da Revolução Democrática (PRD) afirmaram que a proposta propiciará o surgimento do autoritarismo.
Apesar de possuir as maiores bancadas do Congresso, com 202 deputados e 61 senadores, o partido governante Morena não teria a maioria qualificada para aprovar a reforma na Constituição.
Reunião com Biden
Nesta sexta-feira (29), López Obrador reuniu-se de maneira virtual com o chefe de Estado estadunidense Joe Biden. Após o encontro, AMLO divulgou que o chanceler mexicano Marcelo Ebrard deve viajar a Washington na próxima segunda-feira (2) para "avançar em temas de cooperação e para o desenvolvimento da Cúpula das Américas".
Tuvimos una cordial conversación con el presidente Biden. Tratamos temas de interés en la relación bilateral y acordamos que el secretario Marcelo Ebrard visitará Washington el lunes para avanzar en temas de cooperación para el desarrollo y sobre la Cumbre de las Américas. pic.twitter.com/IIWeLii7S7
— Andrés Manuel (@lopezobrador_) April 29, 2022
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, classificou o encontro de "construtivo" e disse que o principal assunto de debate foi a questão migratória.
O encontro quinquenal da Organização dos Estados Americanos (OEA) está previsto para junho deste ano, em Los Angeles. Faltando pouco mais de dois meses para o evento, Cuba denuncia que a Casa Branca pretende impedir sua participação.
* Com informação de Telesur, La Jornada e Sputnik.
Edição: Thales Schmidt