As eleições deste ano, com primeiro turno em 2 de outubro, colocarão em disputa cargos de deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente da República. Ainda no final de 2021 começaram as campanhas para tirar ou regularizar o título de eleitoral, que ganharam força neste ano. E, para realçar a importância do alistamento eleitoral e explicar de forma mais didática o processo de eleições, a organização Artigo 19 lançou a cartilha digital “Corrida Eleitoral”.
Coordenador de Direitos Digitais da Artigo 19, Paulo José Lara afirma que a importância das eleições de 2022 para o Brasil e a necessidade de ampliar a participação social no processo como os dois principais motivos que levaram a entidade a criar a cartilha. “A eleição que viveremos neste ano é fundamental para a manutenção da democracia brasileira. E ela representa muito mais do que uma escolha política, mas uma escolha também entre a garantia do Estado Democrático de Direito e o caminho do estado totalitário, autoritário e com falta de respeito às instituições, ao processo (eleitoral) e ao Estado democrático de direito”, explica o coordenador.
“Muitas pessoas já disseram isso, mas as eleições deste ano talvez sejam as mais importantes desde a redemocratização. (…) O segundo ponto é reforçar a ideia na sociedade brasileira de que a participação e os direitos têm que ser exercidos. Então, é um processo de fomentar a participação e o conhecimento da sociedade, de uma forma geral, aos processos políticos e direitos fundamentais de participação, associação e do conhecimento da importância que esses direitos têm para a vida em sociedade, do coletivo e para o país”, completa.
‘Vou votar porque tenho esperança’
A defesa das eleições também leva em conta o total de votos nulos no segundo turno das eleições presidenciais de 2018 que chegou a 7,4%. O maior percentual registrado desde as eleições de 1989, somando mais de 8 milhões de pessoas. Morador de Embu-Guaçu, cidade da região metropolitana de São Paulo, Carlos Gonçalves defende que a democracia é a única forma de exercer livremente a cidadania. “Eu sempre votei e sempre vou votar”.
O coordenador da Artigo 19 também lembra que é necessário a população ter a consciência de que votar é participar da vida política. Mas Lara destaca que mais importante ainda é conhecer os candidatos e suas propostas para cobrar o que foi prometido depois de eleitos. “Colocar seu voto na urna não pode ser uma atitude que termine em si”, adverte Lara.
A artesã Maria Tereza Nezes, que completou 72 anos e que, pela lei, não é mais obrigada a votar, conta que mesmo sendo facultativo ela irá participar das eleições. “Estou fazendo questão de votar porque ainda tenho muita esperança de ver em nosso país, embora tão escravizado, a riqueza fluindo. E eu só deixo de votar se me proibirem de votar. Se eu viver 100 anos, com 100 anos eu vou às urnas”, garante.
Confira as principais notícias desta terça (03/05), no áudio acima.
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