O Coletivo Nacional de Cultura do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) participa da ópera "Café", que estreia nesta terça-feira (3), no Theatro Municipal de São Paulo.
Com composição de Felipe Senna e adaptação de Sérgio de Carvalho, a obra foi criada a partir do libreto de Mário de Andrade e celebra o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.
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O contexto histórico é a crise de 1929, também conhecida como a Grande Depressão, que paralisou portos, expulsou camponeses das fazendas e provocou uma verdadeira revolução popular nos Estados Unidos.
No lugar da atmosfera lírica, típica do gênero italiano, entram ritmos como jongo, choro e samba de cururuquara, em uma referência à cultura popular. Douglas Estevam, do setor de Cultura do MST, elenca as participações que dão uma roupagem brasileira ao gênero originado na Itália.
“Tem a Juçara Marçal que não é uma cantora de ópera e traz esse elemento da cultura popular. Tem também o Negro Leo, que traz o rap e é também é um trabalhador de aplicativos. Então traz esse recorte do mundo trabalho para a ópera”.
Em entrevista ao site do MST, o autor Sérgio de Carvalho contou por que convidou o Movimento para participar do espetáculo.
"Foi para mostrar, lembrar na verdade, porque não é mostrar nada para ninguém, que a gente está num teatro público. O Theatro Municipal é um teatro da cidade de São Paulo, do povo dessa cidade, desse país", afirmou o dramaturgo, pesquisador, professor e fundador da Companhia Latão.
Além do MST, a obra traz a participação de outros movimentos populares de coletivos artísticos que farão intervenções dentro e fora do Theatro. Haverá participação da Orquestra Sinfônica Municipal, do Coral Paulistano e do Balé da Cidade de São Paulo.
Os ingressos custam entre R$ 30 e R$ 120. Para comprar basta acessar este site. As apresentações acontecem entre os dias 3, 4 e 6 de maio, às 20h, e nos dias 7 e 8 de maio, às 17h.
Edição: Felipe Mendes