A União Nacional de Educadores (UNE) do Equador iniciou uma greve de fome para exigir melhores salários, paridade salarial e a aprovação da lei de educação intercultural bilíngue. Desde a última terça-feira (3), 30 docentes acampam em frente à sede da Corte Constitucional, nas cidades de Quito e Guayaquil, para exigir que os juízes se pronunciem sobre o veto do presidente Guillermo Lasso a uma lei que aumentaria os vencimentos da categoria.
A UNE denunciou que houve repressão policial para impedir o acampamento, mas os docentes se instalaram em frente à sede do tribunal de justiça com apoio de estudantes.
"Aqui estamos e aqui permaneceremos até que a Corte Constitucional resolva e repare os direitos do magistério", disse a presidenta do sindicato, Isabel Vargas.
A Corte tem até o dia 23 de maio para se pronunciar sobre o projeto de aumento salarial e reverter o veto de Lasso sobre a implementação do ensino bilíngue na rede pública. No ano passado, o tribunal já havia se manifestado favorável à proposta, no entanto devolveu o projeto ao Congresso exigindo que se detalhasse qual seria a fonte de financiamento para implementar novos salários. Em março deste ano, o Congresso deu luz verde para a reforma da lei orgânica da educação, incluindo a proposta de equiparação salarial.
O presidente Lasso, todavia, vetou a legislação alegando falta de recursos para pagar os novos salários. O sindicato defende que os recursos viriam da exportação de petróleo e da reforma tributária aprovada em 2021 pelo governo.
"A Assembleia já sanou as dúvidas sobre o financiamento e devolveu o informe. A decisão é da corte", afirmou em entrevista a meios locais, a vice-presidente da UNE, Rosana Palacios.
A possível alteração salarial atinge 170 mil professores equatorianos, com aumentos salariais que variam de US$ 84 a US$ 464, de acordo com o plano de carreira da categoria, representando um aumento de US$ 2,8 bilhões (cerca de R$ 15,4 bilhões) por ano no pagamento da folha salarial.
Edição: Arturo Hartmann e Thales Schmidt