AGROTÓXICOS

Homem morre com suspeita de envenenamento por agrotóxicos no interior da Bahia

Empresa não disponibilizava luvas, máscaras e demais equipamentos de proteção individual, de acordo com familiares

Brasil de Fato | Salvador (BA) |
A cada dois dias, uma pessoa morre por intoxicação de agrotóxicos no Brasil , de acordo com relatório da Friends of the Earth Europe. - Antonio Cruz/Agência Brasil

Um homem que trabalhava realizando pulverização de agrotóxicos em uma fazenda de mangas morreu no interior baiano, com suspeita de envenenamento. Marcos Antônio Santos de Oliveira tinha 22 anos e trabalhava na cidade de Potiraguá, perto da divisa com Minas Gerais. Segundo os familiares, ele não recebia equipamentos de proteção como luvas e máscaras para realizar o trabalho.

Marcos foi internado no último dia 29 de abril, com insuficiência respiratória e dores generalizadas. Os primeiros sintomas foram sentidos 15 dias após o início da pulverização. Ele morreu em 1º de maio, aguardando transferência para um centro médico onde pudesse ser atendido de maneira adequada. A causa da morte não foi identificada e mencionada na Certidão de Óbito.

O vereador de Vitória da Conquista Alexandre Xandó (PT), que também é professor e advogado de movimentos populares, está acompanhando a situação. “Toca nossa coração ver o vídeo de um jovem agonizando no hospital em decorrência do uso de veneno. No Brasil, todos os dias e cada vez mais, ingerimos diversos tipos de substâncias que causam câncer, outras doenças e, até mesmo a morte, como aconteceu com Marcos, mais uma vítima dos agrotóxicos. O uso destes produtos é uma questão de saúde pública e, infelizmente, a situação piorou nos últimos anos com o Brasil batendo recordes em liberação do uso de substâncias que envenenam nossa comida”, lamenta.

Até o mês passado, o governo Bolsonaro tinha aprovado a utilização de 1.629 agrotóxicos, muitos deles proibidos na Europa, Estados Unidos e outros países, justamente por conta do risco que estes produtos oferecem à saúde pública, gerando doenças nos trabalhadores e consumidores dos alimentos cultivados pelo agronegócio.

“Não podemos deixar que mais mortes sejam causadas por um modelo de agricultura que prioriza o lucro de poucos e põe a saúde dos trabalhadores rurais e de toda população em risco, ao permitir e estimular o uso indiscriminado de veneno na produção de nossos alimentos. Os deputados federais precisam barrar o avanço dos agrotóxicos que está sendo promovido em Brasília”, argumenta Xandó.

Fonte: BdF Bahia

Edição: Elen Carvalho e Felipe Mendes