Em lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), reafirmou a urgência de derrotar o bolsonarismo em outubro. “Lula é hoje a esperança que resta ao Brasil. Não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira. É a única via da esperança para o Brasil”, enfatizou.
O candidato a vice-presidente na chapa com Lula, participou virtualmente do ato “Vamos Juntos Pelo Brasil”, realizado neste sábado (7) no Expo Center Norte, na capital paulista. Alckmin testou positivo para covid-19 e cumpre distanciamento social. “Estou triste, eu e a Lu, de não podermos estar aí com vocês. Mas não fui pego desprevenido, graças às vacinas e ao SUS. Me resguardei, mas queria muito estar aí com vocês”, disse, na abertura de seu discurso.
Em seguida, como fez em vários momentos, o ex-governador e agora pré-candidato a vice-presidente foi enfático ao defender a aproximação dos dois antigos adversários políticos. “Nada, nenhuma divergência do passado ou do presente, nem as disputas de ontem nem as eventuais discordâncias de hoje ou de amanhã, absolutamente nada servirá de razão, desculpa ou pretexto para que eu deixe de apoiar e defender, com toda a minha convicção, a volta de Lula a presidência do Brasil”, disse.
Na mesa
Mais adiante, procurou encerrar de vez as discordância acerca de sua presença na chapa que representa a união progressista para derrotar Bolsonaro e o fascismo. “Serei um parceiro leal, seriamente comprometido com seu propósito de fazer do Brasil um país socialmente mais justo, economicamente mais forte, ambientalmente mais responsável e internacionalmente mais respeitado. Temos uma grande luta pela frente, uma luta pela mudança, e o caminho é com Lula.”Alckmin marcou sua participação ao declarar seu compromisso com a candidatura progressista. “Obrigado, Lula, por me dar o privilégio da sua confiança, mesmo que muitos discordem que lula cai bem com chuchu”, ironizando uma das formas como é chamado pelos paulistas.
Política e decisão
No ponto alto de sua participação no ato “Vamos Juntos Pelo Brasil” , Geraldo Alckmin denunciou a situação em que o governo de Jair Bolsonaro colocou o Brasil como motivação para sua adesão à candidatura Lula a um novo mandato presidencial. “Como se não bastasse o risco para a democracia, o futuro do Brasil também está em jogo. Quando a ignorância se une à mentira como estratégia política para demonizar as eleições livres e aviltar a democracia, nós não devemos vacilar. O caminho é com Lula.”
“Quando os brasileiros são relegados à própria sorte, em meio a uma pandemia brutal, não devemos aceitar. Vamos responder com Lula. Quando as injustiças sociais grassam por omissão do governo, e a pobreza, a miséria e a fome assumem dimensões vergonhosas e intoleráveis, não podemos hesitar. A solução virá com Lula.”
“Quando as instituições nacionais sofrem agressões e ameaças contra o desempenho de suas funções soberanamente asseguradas pela Constituição, não nos cabe duvidar. A razão deve falar mais alto e devemos todos estar do mesmo lado. Do lado dos brasileiros que sofrem, que perderam seu trabalho e sua renda.”
Democracia e economia
Alckmin encerrou seu vídeo indicando algumas das bases fundamentais do programa do eventual governo Lula a partir de janeiro de 2023, destacando a necessidade de restaurar a democracia no país, com desenvolvimento econômico e combate à pobreza e às desigualdades. “Política se destina a cuidar de gente. É de gente que se trata a política. E a nossa união política será mais completa quanto mais participativa ela se fizer. (Estou) Feliz em ver movimentos sociais, trabalhadores, religiosos, empreendedores, sociedade civil organizada toda presente. Por isso devemos estimular e favorecer a necessária e valiosa participação das minorias na política, pois a pluralidade é o coração da democracia.”
E finalizou: “vamos mudar os termos do debate político. Vamos provar que não há incompatibilidade entre a prosperidade individual e uma sociedade solidária. Vamos provar que a eficiência econômica e a justiça social não são coisas opostas. Não vamos mais permitir que essa falsa dicotomia restrinja a política a um eterno confronto entre liberdade e igualdade. A política pode e deve ser instrumento para a promoção da igualdade, sem prejuízo da liberdade. Não há democracia sem liberdade, assim como não há liberdade sem Justiça, nem justiça sem igualdade.”