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Com Pazuello e Braga Netto, Bolsonaro ignora reprovação à gestão da pandemia em campanha

Ex-ministro da Saúde vai chefiar plano de governo, posto de protagonismo na eleição; ex-ministro da Defesa será vice

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Fernando Azevedo, Braga Netto, Eduardo Pazuello e Onyx Lorenzoni durante cerimônia de lançamento de programa o "Saúde com Agente". - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro (PL) durante o auge da pandemia de covid-19, que levou a mais de 660 mil mortes no Brasil, foi escalado pelo presidente para escrever seu novo plano de governo.

De acordo com reportagem do colunista Lauro Jardim, no jornal O Globo, Pazuello foi o escolhido de Bolsonaro para elaborar propostas em sua campanha à reeleição. Ex-chefe da Saúde, o general atualmente ocupa cargo no Palácio do Planalto.

De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada em abril deste ano, a avaliação da gestão do presidente frente à pandemia é ruim ou péssima para 46% dos brasileiros. Em setembro do ano passado, a reprovação chegou a 54% da população. 

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O relatório final da CPI da Covid no Senado, apresentado em outubro do ano passado, apontou que Pazuello, mais longevo titular da pasta durante a pandemia, teria cometido cinco crimes.

São eles: causar epidemia com resultado em morte, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, comunicação falsa de crime, todos do Código Penal Brasileiro, além de crimes contra a humanidade, nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos.

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Braga Netto provável vice

A opção de Bolsonaro por Pazuello reforça o protagonismo de gestores da pandemia na campanha das eleições de outubro. O general Braga Netto, coordenador do comitê de enfrentamento à covid enquanto esteve à frente da Casa Civil, é o provável vice na chapa.

Desde que saiu do comando do Ministério da Defesa, em abril deste ano, Braga Netto também foi nomeado para um cargo de confiança na Presidência da República.

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Para cargos comissionados, como o do general Palácio do Planalto, a lei permite que a "desincompatibilização" (termo que define o afastamento formal do cargo público) ocorra até de 2 julho, três meses antes do primeiro turno das eleições.

Com os três meses adicionais em que vai poder "engordar" o salário, Braga Netto vai acumular uma remuneração bruta mensal de R$ 16.944,90. No total, serão R$ 51 mil ganhos pelo general da reserva no período pré-eleitoral.

Edição: Rebeca Cavalcante