Menos de dois meses após o lançamento, a campanha "Tenho Sede" começou a tirar do papel as primeiras cisternas construídas com as doações recebidas. Neste primeiro momento serão beneficiadas 20 famílias, moradoras dos nove estados nordestinos e também da região semiárida de Minas Gerais.
A iniciativa está construindo cisternas de 16 mil litros, projetadas para uso doméstico. As cisternas para produção de alimentos e criação de animais têm, em média, 52 ml litros. A campanha é organizada pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e foi realizada em resposta aos cortes no Programa 1 Milhão de Cisternas, que teve seu número mais baixo de implementações em 2021.
Uma das famílias beneficiadas é a da agricultora Adriana da Conceição, do município de Ouricuri, no sertão pernambucano. “O líquido precioso que é a água, a gente não passa sem ele para beber e para cozinhar. E é mais importante para beber e cozinhar, porque para uso a gente pode arrumar em qualquer lugar, mas para beber e cozinhar não. Aí é por isso que é tão importante”, afirma Adriana.
Sem apoio do governo, a iniciativa conta com colaboradores e organizações parceiras, bem como da própria comunidade. “A gente está buscando os parceiros locais e isso está sendo bacana demais. Além da contribuição dos mutirões de construção das cisternas, é pedreiro que já tinha sido capacitado por programa de cisterna da ASA – são centenas, milhares de pedreiros e pedreiras – que estão doando seu trabalho; pessoas da comunidade como professores, agentes de saúde, as próprias famílias beneficiadas estão ali com sua mão-de-obra juntando os materiais que tem da comunidade, como água, areia”, destaca Paulo Pedro de Carvalho, coordenador da ONG Caatinga e membro da coordenação colegiada da ASA Pernambuco.
Para facilitar as doações, a campanha está negociando parcerias com as companhias de fornecimento de água dos estados. Quem tem água encanada em casa pode ajudar financeiramente o projeto adicionando um valor fixo à conta de água. Esse valor é repassado pelas empresas à campanha.
“A gente já avançou bastante, pelo menos em cinco estados já está bem avançado – Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Pernambuco, Bahia; outros ainda está caminhando. E a perspectiva é que no segundo semestre ainda de 2022, a gente já encontre um jeito operacional de divulgar para a sociedade procurar as companhias de água para fazer a sua adesão”, acredita o coordenador.
Adriana, que passou anos pedindo água a vizinhos e parentes, agora só pensa em compartilhar a realização do que para ela era um sonho. “Muita gente está passando o que eu passei, e daqui para frente Deus vai mandar um bom inverno, se Deus quiser, e eu vou me prevenir. Para eu, para a minha família e para quem precisar”, diz.
Quem quiser contribuir com a Campanha Tenho Sede, e ajudar a levar água para famílias sertanejas, como a de Adriana, pode doar através deste site.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vanessa Gonzaga e Felipe Mendes