Cuba inicia testes clínicos com crianças entre um e dois anos, nas províncias de Camaguey e Cienfuegos, com suas fórmulas Soberana 02 e Soberana Plus de imunizantes contra a covid-19. Os testes foram aprovados pelo Centro para Controle Estatal de Medicamentos Equipamentos e Dipositivos Mécicos (Cecmed) — a agência de regulação sanitária nacional. A ilha foi o primeiro país do mundo a vacinar crianças de 2 a 11 anos contra o vírus Sars-cov2 e o primeiro país da região a criar um imunizante próprio contra a doença.
Até o momento, 1,8 milhão de crianças entre dois e 11 anos foram vacinadas e tiveram uma boa resposta imune, "mostrando a segurança desses imunizantes", afirmou a diretora de pesquisas do Instituto Finlay de Vacinas, Dagmar García.
:: Cuba tem cerca de 90% da população com esquema vacinal completo contra covid-19 ::
Os imunizados representam 97% das crianças cubanas. Foram aplicadas 3,4 milhões de doses da Soberana 02 e 1,8 milhão de doses da Soberana Plus, segundo dados oficiais. O país não registrou nenhuma morte infantil por coronavírus após o início da vacinação pediátrica.
"A potência, a resposta imune nas células T e a imunidade de longa duração, assim como a indução de memória, é muito positiva", acrescentou García.
Os testes clínicos serão divididos em três grupos etários: bebês com zero a seis meses, de seis meses a 11 meses, e outro grupo de um até dois anos.
Chamado "Soberana Chiquitines" (Soberana Pequeninos), o novo ensaio irá afetar 3% da população cubana. O Instituto Finlay de Vacinas estima que mais de 69 mil infecções pediátricas foram evitadas durante a última onda de contágios pela variante Ômicron por conta da campanha de vacinação iniciada em setembro do ano passado.
O índice de risco relativo entre não vacinados e pessoas imunizadas é de 3,9 segundo os estudos, portanto uma pessoa não vacinada tem quase quatro vezes mais chances de se contaminar.
"Acumulamos informação de segurança e efeitos em mais de 218 mil crianças cubanas. Também contamos com informação de mais de 4 milhões [de doses] aplicadas na Nicarágua e na Venezuela", informou a diretora do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia de Cuba (CIGB), Verena Muzio.
As autoridades sanitárias cubanas também decidiram iniciar a vacinação de reforço em crianças de 12 a 18 anos, após identificar que há uma redução dos anticorpos nessa comunidade etária após seis meses da imunização. Segundo o Ministério de Saúde Pública, em cinco dias, 50% dos adolescentes já receberam a dose de reforço.
Cuba reporta 511 pessoas hospitalizadas com covid-19, acumula 1,1 milhão de casos e 8,5 mil falecidos pela doença desde o início da pandemia, segundo dados do Ministério de Saúde Pública.
Cerca de 90% da população cubana completou o ciclo de imunização e 62% já recebeu alguma dose de reforço, sendo o país com a mais alta taxa de imunização em todo o continente americano. Ao todo, foram aplicadas 36,1 milhões de doses de imunizantes desenvolvidos pela biomedicina cubana, sendo 7 milhões de doses de reforço.
* Com informação de Prensa Latina e Cubadebate
Edição: Thales Schmidt