Nesta terça-feira (10), Yoon Suk-yeol (Partido do Poder do Povo) assumiu a presidência da Coreia do Sul pelos próximos cinco anos. Durante seu discurso de posse na praça da Assembleia Nacional, em Seul, o novo chefe de Estado propôs "reativar a economia da Coreia do Norte se o país se desnuclearizar".
O novo mandatário afirmou que a porta de diálogo estará aberta para resolver as tensões pela via do diálogo. Ele disse que se houver o compromisso do país vizinho de interromper o programa nuclear, Seul trabalharia com a "comunidade internacional para criar um plano audaz que reforçaria amplamente a economia norte-coreana".
Antes de tomar posse, Yoon Suk-yeol já havia dito que "não havia razões para evitar reunir-se com Kim Jong-un". O seu antecessor, Moon Jae-in, tornou-se o primeiro presidente sul-coreano a visitar Pyongyang, em 2018, durante as mesas de negociação com Kim Jong-un.
O encontro entre os dois chefes de Estado abriu portas para as negociações com Donald Trump por um novo acordo nuclear com Washington. Os acordos fracassaram em 2019 e as relações diplomáticas entre as duas Coreias permanece interrompida, algo que teve início com a guerra que gerou a divisão da península, em 1953.
O discurso conciliador seria uma resposta ao início da 7ª fase de testes do programa nuclear da Coreia do Norte, que teria realizado um lançamento de mísseis balísticos submarinos no último sábado em direção ao mar do Japão, de acordo com o Estado Maior Conjunto da Coreia do Sul.
Durante a campanha, Yoon chegou a dizer que lançaria um ataque preventivo contra a Coreia do Norte para destruir suas armas se o vizinho desse sinal de um ataque.
O vice-presidente chinês, Wang Qishan, e o enviado especial dos Estados Unidos, Douglas Emhoff, marido da vice-presidenta Kamala Harris, estiveram na posse. Um mês atrás, o presidente sul-coreano enviou uma comissão especial para "consultas políticas" com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. No dia 21 de maio, o presidente dos EUA, Joe Biden, deve realizar sua primeira visita ao novo mandatário sul-coreano. Um dos temas de debate será a entrada da Coreia do Sul no QUAD (Diálogo de Segurança Quadrilateral), composto pelos EUA, Japão, Austrália e Índia
Na cerimônia de posse, acompanhada por cerca de 41 mil pessoas, Yoon Suk-yeol defendeu uma "democracia liberal" e afirmou que seu dever solene seria "reconstruir a nação".
Quem é Yoon Suk-yeol?
Um representante da ala conservadora, Suk-yeol, um ex-promotor de justiça de 61 anos, entrou para a política há cerca de um ano. Suk-yeol foi responsável pelo pedido de impeachment contra a ex-presidenta Park Geun-hye, antecessora de Moon Jae-in, e afastada do cargo por crimes de corrupção e abuso de poder.
Yoon Suk-yeol foi nomeado procurador-geral da República, em 2019, pelo então presidente Moon Jae-in, mas acabou abandonando o cargo em 2021.
Park Geun-hye, a primeira presidenta mulher da Coreia do Sul, foi presa e condenada a 24 anos de prisão em 2018, mas acabou sendo liberada após um indulto presidencial concedido por Moon Jae-in em 31 de dezembro do ano passado.
Na sua primeira disputa eleitoral, saiu vitorioso com uma diferença de apenas 0,73% do segundo colocado, Lee Jae-myung (Partido Democrata da Coreia), e agora assume a presidência com cerca de 41% de aprovação. O resultado acirrado também não lhe deu a maioria na Assembleia Nacional. O Partido Democrata da Coreia, que estava anteriormente no poder, elegeu a maior bancada com 133 do total de 300 deputados.
Uma das primeiras decisões do presidente recém-eleito foi mudar a sede de governo, chamada Casa Azul, para o centro da capital, onde anteriormente funcionava o ministério de Defesa.
Durante a campanha, prometeu fechar o ministério de Igualdade de Gênero e da Família, afirmando que o feminismo seria a causa da baixa taxa de natalidade do país.
* Com informação de Russia Today, Telesur e BBC
Edição: Arturo Hartmann