O Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, na zona portuária da capital fluminense, inaugurou a exposição Coleção MAR + Enciclopédia Negra, tornando públicas obras realizadas por artistas contemporâneos para retratar personagens que tiveram suas imagens e histórias de vida apagadas ou nunca registradas.
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A mostra procura rever e criar uma reparação histórica para conferir possibilidade de retratos a personalidades negras, já que antes do século XIX, apenas os nobres eram retratados. Já negras e negros, foram registrados, muitas vezes, em condições anônimas e em cenas como carregando mercadorias na cabeça.
O projeto Enciclopédia Negra, dos consultores e curadores Flávio Gomes, Lilia Schwarcz e Jaime Lauriano, mostra o trabalho 36 artistas contemporâneos que reproduziram retratos dos biografados e interromperam a invisibilidade que existia até hoje na vida dessas pessoas que ficaram com os rostos apagados pela falta de registros visuais na história.
O trabalho resultou também num livro também que reuniu biografias de mais de 550 personalidades negras, em 416 verbetes individuais e coletivos, publicado em março de 2021 pela Companhia das Letras.
"Essa é uma exposição em que o público irá de encontro a uma nova forma de se ver, estar e experimentar esse Brasil numa visão mais inclusiva e mais plural porque ela enfrenta de maneira direta uma política de apagamento das populações negras", ressalta a consultora e curadora Lilia Schwarcz.
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Na exposição Coleção MAR + Enciclopédia Negra, das 250 obras de artes expostas, 13 são novos retratos, criados por 6 artistas contemporâneos, convidados pelo MAR. Essas obras vão entrar para a coleção do museu após a mostra.
Coleção MAR + Enciclopédia Negra é a sexta exposição inaugurada neste ano pelo Museu de Arte do Rio, é uma parceria com a Pinacoteca de São Paulo e fica no MAR até o dia 3 de julho. O MAR está aberto de quinta a domingo. Estudantes da rede pública de ensino, professores e idosos não pagam entrada. Moradores e pessoas nascidas no Rio pagam meia entrada (R$ 10).
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Eduardo Miranda