Uma audiência pública discutiu a crise enfrentada pela Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), mantida pelo governo estadual, na última quinta-feira (12). A reunião foi organizada pelas comissões de Educação e de Ciência e Tecnologia, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
O principal ponto tratado foi a falta de alimentação nas unidades, mas também foram discutidos problemas como a insuficiência de professores, defasagem tecnológica e precariedade dos prédios também foram apresentados na prévia de um relatório que está sendo elaborado pelos parlamentares.
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“A alimentação é uma questão muito crítica. É necessária uma discriminação mais clara da verba de alimentação da Faetec, o que ajuda a estabelecer parâmetros e passa, de forma clara, ao que a instituição tem direito. Precisamos de uma política de assistência estudantil que garanta a alimentação plena, contribuindo para reduzir a evasão. As universidades do Rio têm conseguido, e a Faetec, mesmo com Ensino Superior, não consegue”, afirmou o presidente da comissão de Educação, deputado Flávio Serafini (PSol), na audiência, segundo informações do portal da Alerj.
Presidente da comissão de Ciência e Tecnologia, o deputado Waldeck Carneiro (PSB) chamou a atenção também para a alimentação dos funcionários, que não recebem auxílio. “Estamos falando do único órgão da Secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação em que os profissionais não recebem auxílio alimentação”.
Representando o grêmio estudantil da Escola Técnica de Bacaxá, na cidade de Saquarema, Gabriel Ibrahim relatou as dificuldades enfrentadas por diversas unidades da rede.
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“Problemas como de licitação não são novos no serviço público. São recorrentes. Algumas unidades estão em carência de alimentação há semanas. O período integral está comprometido. Eu, por exemplo, gasto três horas de locomoção até minha casa para comer, se faltar lanche não dá. Alunos da escola Adolpho Bloch comem um caqui pela manhã e um de tarde. Na unidade de Nova Iguaçu estão pedindo que os alunos tragam quentinha de casa”, contou.
A diretora de Recursos Humanos da Faetec, Beatriz Greco, afirmou que a instituição também enfrenta dificuldades para preencher os cargos vagos.
“Para vacâncias, como casos de falecimento e aposentadoria, não conseguimos colocar professores temporários, apesar de termos feito concurso público. Só conseguimos repor com eficiência os afastamentos. Das 300 vagas em vacância só conseguimos solicitar a reposição de 48, e ainda não houve liberação. Encontramos uma série de dificuldades por conta do Regime de Recuperação Fiscal do estado”, afirmou.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Mariana Pitasse