O trabalho de agentes populares de saúde no campo no Ceará no contexto da pandemia de covid-19 virou filme. O documentário "Vigilância Popular do Campo/CE" mostra o acompanhamento de mais de 700 famílias (cerca de 2.500 pessoas) em seis municípios cearenses entre 2020 e 2021. A produção é resultado do trabalho dos médicos Ana Paula Dias de Sá e Fernando Paixão no Mestrado Profissional em Políticas Públicas em Saúde da Escola de Governo da Fiocruz. O filme teve direção de Uirá Dantas e Renata Monte.
O Curso de Agentes Populares de Saúde do Campo, realizado pela Fiocruz em parceria com a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMMP) e o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), auxiliou as comunidades no enfrentamento da pandemia. A iniciativa surgiu ainda em 2020, logo após a chegada do coronavírus ao Brasil.
A Fiocruz explica que a vigilância popular da saúde é baseada, principalmente, no protagonismo popular e no processo de levantamento e produção de informações para a defesa da vida, mas não visa substituir o papel do Estado com a saúde pública.
A primeira turma do curso foi concluída em outubro de 2021. Mais de 30 agentes populares de saúde foram formados para acompanhar e orientar famílias sem terra de assentamentos e acampamentos nos municípios cearenses de Canindé, Crateús, Santa Quitéria, Santana do Acaraú, Amontada e Pedra Branca.
O documentário mostra os assentamentos onde as formações foram realizadas e também conta com depoimentos de militantes do Setor de Saúde do MST, médicos e dos próprios agentes populares de saúde do campo. O filme mostra ainda o sistema de coleta de informações desenvolvido durante a iniciativa da vigilância popular, sistema onde ficam armazenados os dados coletados junto às famílias.
Confira abaixo o documentário:
Fonte: BdF Ceará
Edição: Camila Garcia e Felipe Mendes