Mobilização

Trabalhadores fazem assembleia para decidir sobre greve no Metrô de São Paulo

Representante sindical reafirma busca por saída negociada, mas destaca que "esse esforço não pode ser unilateral"

São Paulo |
"O Metrô deu um pequeno avanço na semana passada, mas ainda falta muito", diz coordenador do Sindicato dos Metroviários de São Paulo - Rovena Rosa/Agência Brasil

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo vai realizar uma assembleia para decidir se confirma ou não a greve marcada para esta quarta-feira (25). Os trabalhadores afirmam que o Metrô apresentou uma proposta que não atende às reivindicações da categoria e a paralisação pode ser deflagrada a partir da meia-noite, de acordo com o que for discutido na reunião promovida hoje (24), às 18h.

Em carta aberta, o sindicato reafirma ser necessária a contratação de funcionários por concurso público. "A falta de trabalhadores dificulta o atendimento à população e coloca em risco a segurança dos usuários e funcionários", aponta o documento.

Uma das principais reivindicações diz respeito à equidade salarial. "Outro problema grave é que não existe justiça salarial no Metrô. São muitos os casos de funcionários que desempenham a mesma função mas  recebem salários diferentes", afirma a nota.

Greve e mediação

Antes da assembleia, vai haver às 13h uma tentativa de acordo entre os funcionários e o Metrô. "Teremos uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho, de mediação, pra ver se conseguimos avançar", conta ao BdF o coordenador do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Wagner Fajardo. 

"Da última assembleia pra cá, o Metrô não avançou nem um pouco nas suas propostas e é muito difícil, se não tivermos nenhum avanço, que a gente não decrete a greve hoje, a partir da meia-noite", pontua. "Nossa expectativa é que o Metrô melhore a proposta. O problema é que temos algumas pendências não resolvidas e a empresa tem mostrado pouquíssima disposição para resolver. Não sabemos até que ponto o governo e a direção da companhia pretendem de fato fechar um acordo conosco." 

Fajardo explica que, em tese, os pontos ainda em suspenso seriam de fácil resolução. "São coisas simples para se resolver. Embora tenha algum impacto econômico, ele é pequeno, porque a principal batalha nossa é pela correção das injustiças de trabalhadores que fazem a mesma função e têm salários distintos, em percentuais que chegam a até 100% de diferença. O Metrô deu um pequeno avanço na semana passada, mas ainda falta muito."

O coordenador do sindicato reafirma a disposição para se chegar a um entendimento. "Estamos fazendo um esforço para buscar uma saída negociada, mas esse esforço não pode ser unilateral, tem que vir também por parte da empresa para evitarmos a greve hoje. Essa é a nossa busca, mas depende da empresa. Pode ser que ela não queira isso", pondera Fajardo.

Edição: Glauco Faria