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Braço de quem?

Análise | Braços armados do Estado não exprimem vontade coletiva

O Exército é do Estado, não do povo. Tenta, inclusive, conduzir o Estado, imiscuindo-se em suas entranhas e negócios

26.maio.2022 às 11h33
São Paulo (SP)
Manuel Domingos Neto

Integrantes do Exército durante desfile militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios - Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A Força Terrestre se apresenta como “braço forte, mão amiga”.
 
Braço e mão de quem? Não seriam da sociedade brasileira. Que sentido faria o braço e a mão dos brasileiros anunciarem amizade aos brasileiros? 

O slogan é falacioso. O Exército é do Estado, não do povo. Tenta, inclusive, conduzir o Estado, imiscuindo-se em suas entranhas e negócios.

Ao povo, cumpre pagar os custos, entregar seus filhos aos comandantes e se proteger como puder. 

Estado e sociedade sempre foram entes com dificuldade de conciliação. Estado é domínio que se exerce sobre a sociedade, explicou Maquiavel, dando origem ao pensamento político moderno. Tem vontade própria, não traduz o desejo coletivo.

Quando o princípio dinástico perdeu legitimidade, entrou em voga a ideia de que o poder deve emanar do povo. A legitimação do Estado passou a ser conferida por uma comunidade abstrata, a nação. 

Militares brasileiros apresentaram nos últimos dias um “projeto de nação”. Não se deram conta da ilegalidade perpetrada. Listaram proposições sinistras, sem um pingo de amor ao povo. Curvaram-se diante de ricos e poderosos. Ignoraram princípios constitucionais.

Não me aterei, aqui, ao festival de horrores exposto. Trata-se de proposta saudosa do tenebroso tempo colonial. Registro que não encontrei novidades. A maioria dos pontos arrolados está em curso. Alguns, inclusive, com apoio da esquerda desavisada, como a que pretende, através de “escolas cívico-militares”, converter crianças em janízaros.

Prendo-me a uma questão de base: como os militares arrajam autoridade para ditar os rumos da sociedade? Fazem isso impunemente desde que mandaram Pedro II morrer fora de casa. 

A petulância não deriva apenas da posse das armas. A violência precisa ser revestida de justificativas “nobres”. 

A permissividade dos militares tem lastro no aparelho de Estado e na fragilidade das reações populares.

O Estado brasileiro nasceu assenhoreado por poucos. É patriarcal e racista. Mantem a sociedade na taca. Nunca aspirou soberania efetiva, sempre obedeceu aos senhores do mundo. Criou instrumentos de força que correspondem aos seus desígnios. As corporações armadas retratam sua índole. 
 
A sociedade, por sua vez, nunca foi mobilizada para alterar o Estado. Combate pontualmente aspectos de sua dominação perversa. 

A última Constituinte enalteceu a cidadania, mas não mudou o Estado. Deixou intactos aparelhos fundamentais para a submissão da sociedade. Os instrumentos de força permaneceram com seus papeis tradicionais. No caso das corporações militares, o dilema existencial de atuar como polícia e como defesa externa restou intocado.
 
A Carta atribuiu ao militar a missão de defesa da pátria, ou seja, da nação. Por estes termos, tanto é possível designar o Estado como a sociedade. A expressão “Estado nacional” é ainda mais ardilosa: remete a um domínio sobre a sociedade exercido com seu consentimento.

A nação nunca foi conceituada de forma convincente. Ernest Renan disse que seria uma “escolha cotidiana”; Otto Bauer disse que seria uma comunidade unida pela promessa de destino comum para todos. Benedict Anderson disse que seria uma “comunidade imaginada”…

A nação é misteriosa e encantadora porque remete ao passado longínquo e ao futuro desconhecido. Tanto canalhas como pessoas honestas falam em nome desta comunidade pela qual as pessoas matam e morrem.

Depois de Mussolini, Hitler e Franco, o “nacionalismo” virou coisa feia na Europa, mas em terras colonizadas pelo europeu, persistiu virtuoso. Esquerda e direita proclamam-se nacionalistas.

Passa da hora de compreendermos que Estado não é nação. Nação é a sociedade. Braços armados do Estado não exprimem vontade coletiva. Exprimem desígnios de um Estado que, mantendo o legado colonial, agride a sociedade.  

Enquanto prevalecer a confusão conceitual, pedantocratas em uniforme, como se dizia no tempo em que os enfileirados mandaram o Imperador morrer fora de casa, tentarão assenhorear-se dos destinos do povo. 

Escreverão “projetos de nação” e ditarão “objetivos nacionais”. Usurparão a soberania popular sem medo de ir para a cadeia.

 

**Este é um texto de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Rebeca Cavalcante
Tags: exercito
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